Chuva e vento acalmam mas regressam em força na segunda-feira

Aviso laranja mantém-se nas zonas junto à costa devido à forte agitação marítima.

Foto
Nelson Garrido

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê uma ligeira melhoria do estado do tempo a partir da tarde deste sábado, depois de uma noite e manhã difíceis sobretudo no Norte do país. No entanto, a chuva e o vento forte vão regressar na segunda-feira.

"A partir do início da tarde [de sábado], há uma tendência para melhorar. A precipitação já não vai ser tão intensa e o vento também vai diminuir de intensidade", disse à Lusa o meteorologista Ricardo Tavares.

No domingo, deverá manter-se a chuva e vento mais fracos, mas para segunda-feira prevê-se "chuva mais forte e vento forte com rajadas", segundo o meteorologista, que admite que possa ser emitido um novo aviso meteorológico para esse dia.

Neste sábado, todos os distritos do país estão sob aviso amarelo, o segundo menos grave de uma escala de quatro. Está prevista a queda de neve nos locais acima dos 1400 metros, mas a cota vai baixando ao longo do dia até aos 800 metros. "Vai nevar nas cotas mais baixas, mas sem a intensidade desta manhã", afirmou Ricardo Tavares.

Quanto à agitação marítima, o meteorologista indicou que o aviso laranja, o segundo mais grave numa escala de quatro, foi alargado em toda a costa até ao início de domingo e admite que na segunda-feira volte a ser accionado. "Até ao dia 8 [quarta-feira], o aviso vai estar entre amarelo e laranja", afirmou.

Na madrugada deste sábado, o Norte do país foi o mais fustigado pelo vento forte, que arrancou telhados, árvores, telhas e até lápides de campas. A chuva forte provocou inundações em vários locais, tal como já tinha acontecido na sexta-feira, dia em que ocorreram derrocadas em Coimbra e cheias em Águeda.

No concelho de Paredes, distrito do Porto, há registo de pelo menos 50 desalojados, cerca de 60 casas danificadas, duas fábricas desfeitas, mais de 20 carros atingidos. Nalguns locais o fornecimento de electricidade foi interrompido. Uma igreja perdeu parte do telhado e no cemitério de Duas Igrejas foram destruídas e arrancadas lápides. Os bombeiros do Lordelo falam na passagem de “uma espécie de tornado” e o IPMA confirma. "Numa primeira análise tudo aponta para que tenha sido um tornado, mas a confirmação oficial só chegará durante a semana", disse ao PÚBLICO Ricardo Tavares.

Em Mirandela, distrito de Bragança, um deslizamento de terras durante a madrugada atingiu três edifícios no loteamento Princesa do Tua e obrigou à evacuação de seis casas, segundo o presidente da Câmara, António Branco. Os três edifícios ficaram selados.

No concelho de Ovar, distrito de Aveiro, a principal preocupação foi a subida da água do mar, que atingiu cafés na zona do Furadouro e danificou o posto de praia da corporação de bombeiros. As autoridades estão em alerta perante a previsão de ondulação forte ainda durante esta tarde. Em Espinho a subida do mar causou também pequenas inundações.

Em Lisboa, na Ponte 25 de Abril, a faixa esquerda foi cortada durante a manhã nos dois sentidos, devido ao mau tempo e "vento muito forte", que obrigou motos e camiões a circular apenas em grupo, segundo fonte policial.A circulação foi restabelecida por volta do meio-dia. O vento fez cair pequenas estruturas, revestimentos, cabos eléctricos e árvores um pouco por toda a cidade. Os bombeiros responderam a cerca de duas dezenas de pedidos de ajuda por causa de inundações.

No distrito de Portalegre, foram registadas 11 quedas de árvores em vários concelhos, uma pequena inundação numa via e o deslizamento de um muro.

No Alentejo, em Évora, há registo de dez pequenas inundações e de outras tantas árvores caídas. O vento forte arrancou um placard publicitário e chapas que delimitavam uma obra, mas não há grandes danos ou vítimas a registar.

Em Beja, o mau tempo provocou também pequenas inundações e quedas de árvores, bem como dois acidentes rodoviários, dos quais resultaram trêsm feridos ligeiros.
 


 
 

Sugerir correcção
Comentar