CGTP exige ao Governo publicação de acordos e melhorias nos transportes

Exigências levam trabalhadores a marcar greves parciais para a próxima semana.

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Fabio Augusto

A CGTP vai exigir ao Governo a publicação dos acordos de empresa da Transtejo e da Soflusa e medidas para melhorar o serviço nestas empresas. Estas exigências levaram os trabalhadores a marcarem greves parciais para a próxima semana.

Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP, esteve esta quarta-feira reunido com organizações sindicais e representativas dos trabalhadores da Transtejo e da Soflusa, para a discussão "dois temas fundamentais", a falta de publicação dos acordos de empresa, já assinados, bem como a degradação do serviço público de transporte oferecido pelas duas empresas de transporte fluvial.

De acordo com Arménio Carlos, "não se justifica que o Governo, sendo o accionista da Transtejo e da Soflusa, esteja há cinco meses para publicar um acordo que foi livremente assinado pelas administrações destas empresas com os representantes dos trabalhadores".

O secretário-geral declarou ainda à Lusa que  "recordamos que este acordo não foi subscrito sem ter o aval do respectivo Governo. Não se entende que o mesmo Governo que deu o aval para a assinatura dos acordos seja o mesmo Governo que, até agora, não tenha publicado esses acordos", acrescentando que "não admitimos outra solução que não seja aquela que propomos, mesmo que, eventualmente, estejam a servir manifestações de pressão pelo ministro das Finanças. Nós achamos que isso não é admissível".

Relativamente à degradação do serviço público, Arménio Carlos exemplificou que "neste momento, na Transtejo, em 22 barcos, 10 estão paralisados e, na Soflusa, em oito disponíveis, três estão encostados". "Estamos aqui perante uma redução brutal do serviço público, com todas as consequências que isso tem para as imagens das empresas, mas particularmente para a vida das populações que utilizam este transporte", afirmou.

O dirigente da intersindical afirmou que a CGTP está completamente solidária com os representantes dos trabalhadores das empresas e "irá tomar medidas imediatas para, mais uma vez, junto do Governo exigir não só a publicação dos acordos de empresa, mas também a necessidade de rapidamente se implementarem medidas para contratar pessoal e adquirir os respectivos materiais para por os barcos a funcionar".

"Desde já, os trabalhadores assumiram disponibilidade para o diálogo e para a negociação. Se, por ventura, nestes próximos dias, esta abertura do Governo e das administrações não se verificar, já estão agendadas greves para a próxima semana. Ou seja, as greves só se realizarão se o Governo quiser. E aquilo que os trabalhadores estão a exigir não é nada que não possa ser realizado", realçou, acrescentando que os trabalhadores estão disponíveis "para se definir um calendário para que a possibilidade de estes barcos voltarem a circular seja concretizada".

O secretário-geral sublinhou também que "agora, tem de haver um plano para que os utentes, aqueles que usam os transportes fluviais, saibam que, neste momento, além do passe que pagam todos os meses - e a quantia não é assim tão baixa como isso - têm direito a transporte e sobretudo a uma qualidade de transporte não só que assegura a regularidade como a qualidade. É isso que os trabalhadores vão exigir e a CGTP vai transmitir ao Governo".

Na reunião estiveram presentes representantes de todos os sindicatos ligados às duas empresas, nomeadamente o Sindicato da Marinha Mercante, o Sindicato dos Transportes Fluviais, o Sindicato dos Ferroviários, e respectivas comissões de trabalhadores.

A Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans), afecta à CGTP, agendou duas greves parciais para 26 e 27 de Abril. A "greve será de três horas por turno na Transtejo e de 2 horas por turno na Soflusa", afectando as ligações a partir de Cacilhas, Porto Brandão, Seixal e Montijo.

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