CDU denuncia casos de fome em alunos de escolas do Porto

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A CDU denunciou nesta segunda-feira a existência de fome entre os alunos das escolas do Porto, apresentando três exemplos de estabelecimentos de ensino de zonas deprimidas da cidade que servem sopa ao final do dia para colmatar a falta de jantar.

“Os relatos que nos foram transmitidos [são] de situações de fome, situações de crianças que no final do dia escolar vão buscar a sopa porque em casa não têm”, afirmou o deputado Honório Novo no final de mandato aberto com visita a vários estabelecimentos de ensino do Porto.

O também candidato da CDU à Assembleia Municipal do Porto visitou os agrupamentos escolares Fontes Pereira de Melo, Rodrigues de Freitas e Alexandre Herculano onde ouviu as “consequências destas políticas económicas com que o país se tem confrontado”.

“Hoje há crianças que tomam o pequeno-almoço, almoçam e lancham na escola à custa e por apoios da própria escola porque, se assim não fosse, não tinham a mínima possibilidade de se alimentar”, relatou Honório Novo.

O deputado contou ainda que “mais de 80% dos alunos” da escola EB 2,3 de Miragaia (do agrupamento Rodrigues de Freitas) está incluído “nas classes A e B de Acção Social”, o que corresponde a um apoio “praticamente total”.
Já no Alexandre Herculano, “mais de 50% dos alunos estão nessa situação e só os de classe A superam os mil dos três mil alunos” do agrupamento.

“Temos a ideia de que não serão casos únicos. Sabemos e temos a noção de que na zona da cidade economicamente mais debilitada a situação é mais grave, onde o desemprego atinge proporções maiores, onde a desestruturação familiar atinge níveis agravados”, acrescentou.

Ainda nas visitas aos estabelecimentos de ensino, o deputado ouviu informações e “rumores não negados” sobre o possível encerramento das escolas que irão motivar uma série de questões por parte da CDU ao Governo.

Os comunistas querem que “o Governo responda exactamente se quer ou não quer fechar escolas na cidade do Porto, com que justificação é que pretende fechar essas escolas, com que critérios de natureza económica e social, educativa e pedagógica é que pretende encerrar este serviço público de educação”.

“Isto é uma exigência de transparência, é uma exigência que fazemos ao Governo para que deixe de intimidar a comunidade educativa, que deixe de chantagear a comunidade educativa da cidade do Porto e que deixe de fazer passar ideias para reinar na confusão”, frisou.
 

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