Caso de injúrias de marido de ex-ministra termina com indemnização de três mil euros

António Albuquerque, marido da ex-ministra das Finanças do PSD, chegou a acordo com o ex-jornalista do Diário Económico. Para além da indemnização terá de lhe endereçar um pedido de desculpas.

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Maria Luís Albuquerque Nuno Ferreira Santos

O processo que apontava a prática de crimes de injúria e difamação por parte de António Albuquerque, marido da ex-ministra das Finanças do Governo de Pedro Passos Coelho, no caso das ameaças, por SMS, a Filipe Alves em 2014, na altura jornalista do Diário Económico, vai ficar concluído com um pedido de desculpas e o pagamento de uma indemnização de três mil euros.

A notícia é avançada pelo Observador, que apurou que o acordo entre ambos foi fechado esta segunda-feira. O PÚBLICO tentou contactar Filipe Alves, actual director adjunto do Jornal Económico, mas ainda não teve sucesso.

De acordo com o Observador, metade do valor da indemnização será para o jornalista alvo das ameaças e a outra metade será entregue à Casa da Praia, uma instituição de solidariedade social.

O caso remonta a 2014, altura em que o então jornalista do Diário Económico assina um texto de opinião, com o título O que acontece se o Novo Banco for vendido com prejuízo?, em que expressava dúvidas sobre a forma escolhida pelo Governo e pelo Banco de Portugal para resgatar o Banco Espírito Santo. António Albuquerque, que havia trabalhado na direcção do Diário Económico até ao ano anterior, tendo, por isso, sido colega de Filipe Alves, enviou-lhe várias mensagens por telemóvel. Algumas com ameaças: "Tira a minha mulher da equação ou vou-te aos cornos", ou "Tu não sabes quem eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ir parar ao hospital”.

"Lamento que a situação tenha chegado a este ponto, mas não tive alternativa" senão apresentar queixa, disse Filipe Alves na altura em que pediu em tribunal uma indemnização nunca inferior a três mil euros. "Até este incidente nunca tinha havido problemas pessoais entre nós os dois". No Facebook, o jornalista acrescentava não admitir ameaças, "muito menos vindas de alguém que se diz jornalista e tinha obrigação de respeitar o direito à liberdade de expressão".

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