BE questiona Governo sobre contratação de enfermeiros

No requerimento enviado ao Ministério da Saúde, o partido descreve o impacto da falta de enfermeiros para os utentes portugueses.

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Enfermeiros marcaram greve para o final do mês. Enric Vives-Rubio

No seguimento da marcação da greve dos enfermeiros para os dias 30 e 31 de Março pelo Sindicato de Enfermeiros Portugueses (SEP), o Bloco de Esquerda questionou o Ministério da Saúde sobre a abertura do recrutamento dos enfermeiros em falta para o ACES Lisboa Norte, previsto no OE2017.

No requerimento enviado ao Ministério da Saúde, o BE salienta a insuficiência de enfermeiros nos centros de saúde portugueses e sublinha o impacto negativo na prestação de cuidados de saúde aos utentes.

“A falta de enfermeiros leva à redução do horário de atendimento nas consultas de enfermagem de saúde infantil e materna, à suspensão de programas que exigem a intervenção de enfermeiros, como diabetes, unidade móvel e consulta domiciliária ao recém-nascido, ou à dificuldade de constituição de equipas de cuidados continuados integrados, como as consultas de enfermagem em contexto domiciliário”, lê-se no requerimento.

No mesmo documento, o partido expressou apoio às reivindicações do SEP na luta pela igualdade de horas de trabalho relativamente a profissionais com regime de 35 horas semanais, ao invés das 40 horas desempenhadas pelos enfermeiros com contractos individuais de trabalho.

“Saudamos ainda a sua revindicação, porque esta representará uma melhoria dos cuidados de saúde. Mais profissionais de enfermagem é garantir melhor acesso aos utentes, é garantir mais consultas, mais cuidados domiciliários, reforço dos programas de saúde e de acompanhamento dos utentes. Por isso, saudamos a greve anunciada porque o SNS não pode permanecer com esta falta enorme de profissionais, em concreto de enfermeiros", lê-se.

Na passada segunda-feira, a direcção nacional do SEP confirmou a realização de uma greve nacional de enfermeiros nos dias 30 e 31 de Março. A anteceder a greve estará uma reunião do sindicato com o ministro da Saúde, na qual o presidente do sindicato espera que seja definido um calendário de negociações em várias áreas.

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