Por causa de uma emergência médica, um avião da Qatar Airways teve que aterrar, na manhã deste domingo, na base das Lajes, na ilha Terceira, nos Açores. Três passageiros foram assistidos no hospital da Angra do Heroísmo, mas apenas um permanecia internado ao início da noite de domingo. 

A SIC, que deu a notícia, adiantou que foi "a turbulência" que obrigou à manobra que teria causado "pelo menos dez feridos" entre os passageiros do avião que fazia ligação de Washington para Doha, capital do Qatar. "Foi por causa da turbulência. Dos quase 300 passageiros, a maior parte já seguiu para hotéis, há alguns feridos", admitiu ao PÚBLICO, ao início da tarde, um funcionário da base área das Lajes, sem adiantar mais detalhes.

Mas tanto a assessora de imprensa do Serviço Regional de Protecção Civil e Bombeiros dos Açores, Ana Isa Cabral, como o porta-voz da Força Aérea, coronel Rui Roque, desdramatizaram a situação, sublinhando que se tratou "de uma emergência médica".

"Às 5h40 [6h40 em Portugal Continental] recebemos a informação de que havia uma emergência médica a bordo, um passageiro sentiu-se mal" e foi pedida autorização para aterrar, explicou Ana Isa Cabral. Outros dois passageiros "sentiram-se mal" também várias horas mais tarde. Os três foram encaminhados e assistidos no hospital de Angra do Heroísmo, acrescentou. 

Ana Isa Cabral e o coronel Rui Roque garantem que este tipo de situação ocorre com alguma frequência nos Açores. "Não foi nada de extraordinário. Tratou-se de uma emergência médica. Quando há problemas com passageiros, não é anormal os Açores servirem como ponto de aterragem porque estão no meio do Atlântico. Ali não há mais nada", sublinhou o porta-voz da Força Aérea. 

Os dois responsáveis não confirmaram, assim,  a ocorrência de uma emergência aérea - que foi relatada no Twitter por um jornalista da Al Jazeera que seguia a bordo do avião. Segundo o jornalista, o voo QR708, que partiu de Washington com destino a Doha, fez uma aterragem de emergência por haver feridos a bordo na sequência de forte turbulência.

Os passageiros desembarcaram e foram obrigados a permanecer durante várias horas à espera na base aérea, criticou o jornalista. “Não há informações. Não há comida. Não há compaixão nem pelos mais velhos, nem pelas crianças. É chocante”, queixou-se no Twitter. Segundo o testemunho do jornalista, uma pessoa terá sido levada para o hospital de Angra do Heroísmo com problemas cardíacos.

Em comunicado, a administração do Hospital da ilha Terceira adiantou entretanto que dois dos três passageiros ali assistidos "já receberam alta hospitalar, após observação no Serviço de Urgência". O outro passageiro foi internado, "mas o seu estado de saúde não inspira cuidados”, acrescentou.

Ao início da noite, os passageiros que estiveram horas retidos na base aérea já tinham ido para um hotel "comer uma refeição", para retomarem o voo para o Qatar, o que deve acontecer segunda-feira. "Estamos à espera de informaçãoes da Qatar Airways", disse um responsável da Sata, que estava a coordenar as operações.