Aprovada construção de novo centro de saúde em Coimbra

Outra unidade, a de Celas, será alvo de remodelações. As instalações das duas unidades de saúde apresentam deficiências. Ordem dos Médicos queixou-se de "esgotos" que "escorrem pelas paredes".

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EVR ENRIC VIVES-RUBIO

O Centro de Saúde Fernão de Magalhães, numa das principais vias de Coimbra, vai ser instalado num novo edifício, enquanto o Centro de Saúde de Celas, perto da Maternidade Bissaya Barreto, vai ser alvo de remodelações.

Os projectos de intervenção nas duas unidades de saúde de Coimbra que recentemente foram notícia devido a problemas nas instalações foram aprovados pela Câmara Municipal de Coimbra, anunciou a autarquia nesta quinta-feira numa nota enviada às redacções.

A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) já tinha denunciado por várias vezes as instalações precárias da unidade da Avenida Fernão de Magalhães. Na semana passada foi a vez de a recém-criada comissão de utentes do centro vir exigir a construção de um edifício de raiz.

As novas instalações vão ser construídas num terreno actualmente ocupado por um parque de estacionamento, entre a Fernão de Magalhães e a Rua Padre Estevão Cabral. Ao PÚBLICO, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) referiu que a construção do novo centro de saúde de quatro pisos e uma cave vai custar 2 milhões de euros e tem o arranque previsto para 2018, com a conclusão estimada para 2020.

Os números do investimento no Centro de Saúde de Celas, onde funciona a Unidade de Saúde Familiar (USF) CelaSaúde, não são muito diferentes. A ARSC refere que a intervenção, orçada em 1,8 milhões de euros, passa pela “remodelação dos blocos A e B a nível de coberturas, fachadas e vãos exteriores, obras no interior de ambos os blocos, instalação de aquecimento, ventilação e ar condicionado”. Como resultado das obras, está também prevista a criação de uma unidade de saúde familiar no bloco B.

Candidatura a fundos comunitários

O organismo responsável pela estrutura garante que vai candidatar as obras no edifício ao Programa Operacional Centro 2020, mas não estabelece datas para a intervenção.

Enquanto o novo centro da Fernão de Magalhães não entra em funcionamento, as velhas instalações da unidade, que ocupam quatro andares num prédio da avenida e servem cerca 28.533 utentes ali inscritos, estão a ser alvo de uma intervenção no valor de 114 mil euros.

Na memória descritiva do projecto de arquitectura aprovado pela autarquia consta que as “actuais instalações do Centro de Saúde Fernão de Magalhães apresentam uma estrutura desadequada à prestação de cuidados de saúde, estão em deficientes condições para a prestação de cuidados e são estruturalmente impeditivas da concretização de todo o potencial clínico e assistencial que as equipas de saúde poderiam prestar”.

Em Abril, após uma visita à instalações da unidade de saúde, o presidente da SRCOM, Carlos Cortes, traçava o cenário: não tem ar condicionado, não tem isolamento sonoro, não há saídas de emergência e o elevador tem períodos em que não funciona.

Já nesta semana, através de um comunicado, a SRCOM anunciava a preocupação com as condições que considera degradantes da USF CelaSaúde. "Os esgotos escorrem pelas paredes exteriores, as janelas estão podres, há fissuras no tecto de vários gabinetes e infiltrações no pavimento. É deficitária a ventilação, tornando o ar irrespirável nalgumas salas", descreve a Ordem, que acrescenta que a rede de frio é insuficiente já tendo levado à perda de lotes de vacinas. A ARSC nega a existência de “esgotos a escorrerem pelas paredes” e desconhece a perda dos lotes de vacinas.

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