Amar é ceder

No mundo em que todos vivemos a melhor maneira de viver é amar cada momento que temos para escolher como vamos reagir.

Está tanto frio. Olho para o termómetro às nove da noite: 13 graus centígrados. Portugal é o páis europeu com menos razão para se queixar.

Mas queixamo-nos. E temos razão. Queixarmo-nos mostra que estamos mal habituados. Ser mimado - é cada vez mais necessário lembrar - é uma coisa boa para quem é mimado e má (alegadamente) para quem mima.

A minha Mãe que morreu no último dia de Maio de 2015 está sempre comigo - e eu sinto uma falta dela como se nunca tivesse estado comigo - dizia que era impossível amar ou mimar de mais uma criança. Os ingleses usam o verbo spoil, que significa estragar com mimos.

Ela não. Ela sabia (ou achava, como eu dantes pensava) que era impossível amar de mais e, sobretudo, mostrar que se amava.

A minha Mãe tinha razão. Não é por Portugal ser um país com um clima temperado e isento de tragédias climatéricas que nós perdemos o direito de nos queixarmos que está frio.

O amor de mãe e a aparente atitude pessoal do clima para com cada um de nós são parecidos de mais para os descontarmos.

Está frio. Bem sei que 13 graus centígrados, à noite, são considerados uma sorte divina. Para nós, mal habituados, também é um frio dos diabos.

Ser mimado também é a mais bela das maldições. O amor é uma temperatura boa. A vontade de ser amado aparece sempre, milagrosamente, depois da sorte imensa de se ser amado.

No mundo em que todos vivemos a melhor maneira de viver é amar cada momento que temos para escolher como vamos reagir.

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