A morte é um escorrega

E se a morte fosse algo que acontece porque não há espaço para todos no planeta? E se a alma fosse “da cor do arco-íris”, porque isso é alegre? E se vida e morte fossem como um escorrega? Quando as crianças falam da morte há hipóteses como estas.

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Eduardo está triste há já algum tempo. Morreu a Mia. Tinha só 3 anos. Eduardo tem 9. Desenha a Mia numa folha de papel A4, ela pequenina, no centro da folha. É um grande vazio. Ele gostava muito daquela gata de pêlo amarelo.

Para afastar a tristeza, é bom “comer doces”, diz cabisbaixo. Comer doces está na sua “caixa de ferramentas do coração” — foi assim que foi baptizada a “caixa de ferramentas” que Eduardo e os colegas de turma, na Escola Básica de Sobral de Monte Agraço e Santo Quintino, foram desafiados a conceber. Nesta caixa, não há martelos nem berbequins. Há uma lista de coisas que cada um desenhou, coisas que usariam para lidar com a morte — de um gato de estimação, de uma tartaruga, de um primo afastado, de uma avó.

Que ferramentas foram postas na mala pelos alunos do 1.º ciclo do ensino básico? “Lenços de papel, para se chorar”, diz uma menina. “Flores e velas”, diz outra. “Rezar à noite”, “ir ao funeral”, “ter sempre uma fotografia para lembrar a pessoa que desapareceu”, “fazer uma coisa que distraia e faça pensar em coisas boas”, como jogar PlayStation, futebol ou comer doces. Comer doces foi referido por vários alunos, para além de Eduardo.
Noutras escolas, de outros pontos do país, foram recolhidas mais “ferramentas”. “Comprar um animal de estimação e dar-lhe o nome da pessoa que morreu”, por exemplo. “Fazer o prato preferido da pessoa que morreu, pôr um lugar vazio na mesa e comer.”

Um rapaz desenhou uma embalagem de Betadine, chamou-lhe “Métádine”. Explicou que pomada é o que se põe nas feridas para curar. Às vezes arde, mas cura.

A maior parte dos alunos da turma do 3.º ano da professora Ana Luísa Santos, em Sobral de Monte Agraço, perderam algo de que gostavam muito. Ou alguém. Tomás, 8 anos: “Eu tenho muitas mortes!” E desenha: “Dois patos... até chorei no Natal; uma tartaruga, dois caracóis, o avô Francisco, o coelho do meu tio.”

E nesta conversa animada, em que cada um põe o dedo no ar para falar, argumentar e contra-argumentar, debate-se, durante mais de uma hora, com a professora e dois artistas de teatro, esta coisa da perda, do que significa estar vivo e já não estar.

A morte, segundo as crianças, pode ser muita coisa. André, 8 anos, já está com o dedo no ar há uns minutos. Chega a sua vez. “É como um escorrega. Quando acaba o escorrega da vida, começa o escorrega da morte.”
A imagem do escorrega agrada, evidentemente, aos colegas. E quando acabas de escorregar? Chegas ao chão e depois? — pergunta um e outro e outro. “É infinito”, responde André. “Como os números.”
Riem-se todos. Eduardo também se ri.

A turma do 3.º ano da professora Ana Luísa fez parte do grupo de cerca de 240 alunos entre os 6 os 11 anos com quem Miguel Fragata e Inês Barahona falaram sobre a morte no último ano.

Miguel Fragata é licenciado em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema, nasceu no Porto em 1983, tem trabalhado como actor e co-criador de espectáculos de teatro e dança, desenvolve regularmente projectos que relacionam artes e educação. Tal como Inês Barahona, mestre em Estética e Filosofia. Nasceu em 1977, está habituada a trabalhar para um público escolar, familiar e especializado na área da educação (até 2008 trabalhou no Centro de Pedagogia e Animação do Centro Cultural de Belém, sob direcção de Madalena Victorino). Um dos seus últimos projectos passou pela encenação em 2013 do espectáculo A Verdadeira História da Ciência, para a programação da exposição 360º — Ciência Descoberta, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Morte, esse grande tabu

Moita, Sesimbra, Guimarães, Viseu, Sobral... foram alguns dos locais por onde Inês e Miguel passaram, desde Maio do ano passado, para trabalhar com turmas de 20 a 25 alunos — dois, três encontros com cada turma, mais ou menos espaçados no tempo.

Tinham uma ideia para uma peça de teatro infantil que também é para adultos, sublinham, porque os adultos têm tantos problemas em explicar a morte às crianças. “A morte, que é algo que nos liga a todos, já foi considerado o grande tabu deste século”, lembra o actor.

O espectáculo seria, então, sobre a morte, sobre como ela é vista pelos adultos e pelas crianças e sobre o “desacerto” entre uma e outra perspectiva. Os alunos da professora Ana Luísa, e todos os outros, ajudaram a construí-lo. Já se verá como.

Chama-se A Caminhada dos Elefantes. Estreou-se na Moita a 17 de Novembro, passou pelos teatros de Santarém, Montijo, Alcanena, Sobral, Sesimbra, Almada e estará no Teatro Maria Matos, em Lisboa, entre 22 e 26 Janeiro.

Começa com a imagem de um planeta onde não há morte, onde as pessoas nascem, uma atrás da outra, até que ficam sem espaço — Inês e Miguel ouviram isso muitas vezes das crianças, a morte apresentada como “uma questão quase logística”. “Uma pessoa morre e abre espaço para outra pessoa nascer. Para as crianças, é uma razão para a morte existir e é simples”, diz Miguel.

Também há, logo no início da peça, um jogo de proibição. O actor avisa o público (que tem sido em grande medida constituído por crianças que vão com os pais, o que é o ideal, diz) de que não se vai poder falar de morte durante a apresentação. Não se poderá usar palavras como “morte”, “morto”, “matado”, “morreu”... e de cada vez que essas palavras forem pronunciadas, o público deve reagir: levantar a mão, assinalar falta.

As crianças participam no jogo, alegremente, e levantam a mão de cada vez que o actor se distrai e diz uma palavra proibida. Já “os adultos percebem que é provocatório”, diz Miguel. Sabem bem que é coisa de adulto isto de usar eufemismos para falar do assunto.

Lista de “mentirinhas” clássicas, que os adultos usam, relatadas por crianças: “A avó foi fazer uma viagem”, “está na terra dos trisavós”, “foi dormir e está num sono muito comprido”, ou “está muito doente”.

As crianças mais pequenas ficam a achar que a avó ainda vai acordar e as mais velhas sabem perfeitamente que a avó morreu (já dizia o pediatra norte-americano T. B. Brazelton que as crianças não confiam em respostas como estas). Depois de terem passado meses a falar com mais de 200 miúdos, Inês e Miguel não têm dúvidas: “De norte a sul, as crianças percebem que a morte de alguém é um assunto de que não se fala. E muitas sabem muito bem que estão a ser enganadas. Perguntámos às crianças por que é que isso acontecia e se elas preferiam ser enganadas. E a resposta, na maior parte dos casos, pode resumir-se assim: elas dizem que precisam do tempo de ser enganadas, para poderem resolver as suas questões, para, depois, quando lhes disserem a verdade, já estarem muito bem. Porque o que elas sentem é que não têm espaço para estar tristes, porque os adultos ficam muito aflitos com isso.”

As crianças têm um sentido de responsabilidade enorme — a mãe está triste, não querem que fique ainda mais. Inês sintetiza: “Vivem um luto secreto, que muitas vezes só é partilhado com os seus pares — e encontramos isso em muitos estudos da psicologia. Crianças que viveram de perto a morte de alguém próximo deixam de eleger os pais, os adultos, como interlocutores para falar sobre o assunto. E falam antes com os seus pares.”

Mas a morte não é apenas tema quando se perde algo ou alguém próximo.
“Até aos 6 anos, por volta disso, as crianças pensam na morte como uma coisa natural, que está associada à natureza, aos animais, às plantas”, diz Miguel. “Aos 8, 9 anos fazem muitas perguntas, contam pesadelos que têm com a morte dos pais e isso é incomodativo para eles, angustia-os. Aos 10, 11, os mais velhos com quem trabalhamos, já têm consciência de que as coisas têm um fim, que vão terminar”, eles também, sublinha Inês. É, precisamente, a ideia de fim, do irreversível, que é mais difícil de apreender por uma criança.

Ao mesmo tempo, são muito frequentes as perguntas sobre o que acontece quando se morre — as árvores e as plantas alimentam-se dos corpos na terra? Quem vai para o céu e para o inferno? De que cor é alma? (um dos alunos da escola que visitámos tinha a certeza de que “é da cor do arco-íris, porque é alegre”, mas outra garantia que era transparente). Em diferentes idades, garante Inês. “As religiões dizem que se vai para um sítio bom. Isso gera imensas perguntas, sobretudo no Norte do país, onde a religião está mais presente: ‘Então mas a mim disseram-me que só vai a alma. Como é que a alma joga futebol no céu?’ Isto é um problema chato para os rapazes, porque para eles a coisa boa é jogar futebol, por isso tem de ir a cabeça, e os braços, e as pernas... ‘mas se o corpo fica debaixo da terra!’ está a ver a dificuldade?”

Nem nas sessões com os alunos, nem no espectáculo, se apresentam respostas fechadas. “Eles sabem que esta é uma questão que não se fecha.”

Apesar da proibição, no início de A Caminhada dos Elefantes, de não se pronunciar nem “morte”, nem “morto”, nem “morrer”, a morte vai estar sempre a aparecer, claro.

A história de Lawrence

O fio condutor é uma história verdadeira, que Miguel e Inês leram há tempos no jornal. Era uma vez um homem chamado Lawrence Anthony, um sul-africano que ficou conhecido pela sua luta em defesa da conservação da natureza e, em particular, dos animais selvagens. Vivia com a família numa reserva chamada Thula Thula, na Zululândia, África do Sul.

Lawrence ficou particularmente famoso pela sua intervenção no zoo de Bagdad, que foi bombardeado pelos norte-americanos em 2003. A maioria dos quase 700 animais que ali viviam morreram durante o bombardeamento. O sul-africano partiu então de Thula Thula rumo ao Iraque para salvar os poucos sobreviventes. Quando regressou à África do Sul, escreveu um livro a contar como foi. Os animais ficaram bem e o zoo, reabilitado.

Menos mediática foi a história da turbulenta manada de elefantes que Lawrence acolheu em Thula Thula quando lhe disseram que se os animais não encontrassem abrigo seriam abatidos, porque eram muito violentos, destruíam árvores e sebes, e ninguém tinha mão neles.

Quando os elefantes chegaram a Thula Thula, Lawrence percebeu que a fama daquela manada problemática não existia por acaso. Os bichos tentavam fugir sistematicamente, depois vinham as autoridades sul-africanas e ameaçavam com o abate.

Lawrence decidiu ir viver para junto deles. Durante duas semanas, todos os dias, falava com os elefantes e tentava conquistar a confiança deles. Até que, um dia, a manada não tentou fugir. Ficou até hoje em Thula Thula.
A 2 de Março de 2012, Lawrence Anthony teve um enfarte do miocárdio e morreu. Estava em Durban, para apresentar um dos seus livros.

A quase 200 quilómetros de Durban, no dia 2 de Março de 2012, a manada dos elefantes de Lawrence iniciou uma caminhada, percorreu vários quilómetros, atravessou a reserva e concentrou-se junto à casa de Lawrence em Thula Thula. A família contou isso aos jornalistas. “Há mais de um ano que os elefantes não se aproximavam tanto da casa. Vieram hoje”, declarou, na altura, uma amiga, Yvette Taylor, ao Daily News, de Durban.

Um cemitério portátil

A história da caminhada dos elefantes e da sua despedida vai sendo contada por Miguel no espectáculo, pontuada por uma série de imagens que o actor cria, manipulando pequenos objectos, que parecem brinquedos. São as perguntas, as respostas e as “imagens” das crianças com quem nos últimos meses Inês e Miguel falaram.

Para o primeiro encontro com cada grupo nas escolas, levavam fotografias, histórias e falavam dos rituais fúnebres em várias partes do mundo. As crianças aderiam “naturalmente”. A morte é mais natural para elas do que para os adultos, diz Miguel.

As escolas não eram propriamente escolhidas. A produção do espectáculo (da qual faz parte a associação de teatros Artemrede, que congrega 14 municípios, o Maria Matos, o Centro Cultural Vila Flor e o Teatro Viriato) enviava um convite a várias, explicando o projecto, e os professores candidatavam-se com as suas turmas. A escola de Sobral de Monte Agraço foi a primeira a entrar. Inês confessa que iam um pouco apreensivos, cheios de “paninhos quentes”, para aquela primeira conversa, apesar de terem uma psicóloga a acompanhar o projecto.

Na véspera do encontro com a turma de Ana Luísa, Miguel foi ensaiar para outro espectáculo, num jardim, e, a certa altura, um gato atacou um pássaro que acabou por lhe morrer nas mãos. “Lembrámo-nos logo de uma conversa que tínhamos tido com a psicóloga. Tinha-nos contado que estava a acompanhar uma criança que, um dia, lhe telefonou. Tinha perdido um passarinho que tinha em casa. E queria fazer o funeral do passarinho. A psicóloga disse à menina que naquele momento não podia ir ter com ela. Então, combinaram que ela ia pôr o passarinho dentro de um saco, muito bem fechado, no congelador e que uns dias mais tarde, quando ela tivesse disponibilidade, iam encontrar-se e então fariam a despedida. E passados uns dias, os pássaro estava intacto, perfeito, muito fresquinho, mas perfeito. E fizeram a despedida.”

No primeiro encontro com os miúdos do Sobral, Miguel contou o que tinha acontecido — tinha um pássaro, que morrera na véspera... e logo vários alunos falaram dos animais que já tinham tido e perdido. Daí para outras perdas foi um salto.

No segundo encontro, levou mesmo um pássaro morto. Com Inês, desafiou as crianças a fazer uma espécie de cerimónia — uma mistura de rituais de uma tribo africana com alguma imaginação. “Explicámos que tarefas havia para fazer e havia um ancião que as distribuía — o aluno mais velho da turma. Uns embrulhavam o corpo, outros escolhiam os panos, um fazia o anúncio para toda a aldeia, de que alguém tinha morrido, havia os coveiros e o elogio fúnebre. Depois havia uma parte de choro obrigatório. Tínhamos um cemitério portátil, uma caixa cheia de terra que levámos”, conta Inês. E passou a ser assim em todas as escolas.

Um criador de pássaros, conhecido de Inês e Miguel, ia tratando de guardar as “baixas” que tinha na criação para fornecer aos artistas e este passaram a andar sempre com o seu “cemitério portátil”.

“Depois havia a outra parte, a da celebração da vida”, prossegue Inês. “E tudo terminava com um banquete com a comida favorita do passarinho: pipocas (ou seja, milho). Na parte mais triste, havia crianças que ficavam mesmo emocionadas e que choravam. E percebemos que sempre que isso acontecia era porque a criança tinha um luto mal resolvido — e era incrível porque era mesmo matemático e as crianças identificavam isso.” Algumas relatavam com tristeza não terem podido despedir-se de uma avó, por exemplo.

Inês admite que os funerais ainda são, em certos locais, demasiado tétricos. Mas sublinha a importância da despedida. “O ritual tem uma função, não é uma coisa disparatada. Ajuda a despedirmo-nos. Ficamos tristes, compreendemos, continuamos. E se viramos o jogo e dizemos: ‘Mas foi bom ter conhecido o passarinho, ele cantou-nos à janela durante tantos meses, que sorte bestial esta de o termos conhecido’, as crianças aderem a isso naturalmente.”
A despedida, diz, não tem de ser um funeral e há famílias que começam a encontrar outras formas, para envolver as crianças.

Silêncio é a pior atitude

Madalena Paiva Gomes, psicanalítica de crianças, adolescentes e adultos, consultora do espectáculo, escreve, no texto de apresentação de A Caminhada dos Elefantes: “A pior atitude [dos adultos] será a do silêncio, que se apoia na convicção (errada) de que se a morte não for muito falada, o impacto emocional desse acontecimento se dissipa mais rapidamente. Sabe-se que isso não é verdade e que, pelo contrário, se torna um verdadeiro obstáculo ao desenrolar de um processo de luto adequado (...). De facto, o trabalho clínico com crianças, adolescentes e adultos mostra-nos que uma parte significativa das perturbações emocionais resultam de experiências de perda mal resolvidas, de lutos mal elaborados.”

Na tarde em que visitamos a Escola Básica de Sobral de Monte Agraço e Santo Quintino pedimos à turma de Eduardo e de André um desenho para trazer para a redacção. Que seja sobre a perda. Agarram-se às canetas. “Um homem veio com a carrinha e atropelou o cão. Eu gostava muitooo do cão porque ele corria muito e era muito meu amigo”, escreve Gonçalo, e desenha o atropelamento. “O avozinho Salvador morreu eu tinha 3 anos”, diz a Joana. “Ele gostava muito de verde” — e por isso desenha o avô com uma camisola verde.

Já Martim, 8 anos, mostra uma folha com um coelho e três cães. “Tinha um coelho que morreu. Fiz-lhe um funeral. Cavei um buraco, pequenino, com uma pá, guardei o corpo num Tupperware, pu-lo dentro da terra e pus lá uma flores. Fiz tudo sozinho. A avó foi lá ver e perguntou se eu queria ajuda, mas eu não queria. Ele morreu depois de a Inês e de o Miguel terem vindo à escola ensinar-nos aquela estratégia para não ter saudades e eu tive essa ideia.” E resultou, são menos as saudades assim? “Resultou”, diz a sorrir.

Para a professora Ana Luísa Santos, esta actividade extra, já fora do tempo lectivo, cumpriu o objectivo — vão poder discutir mais um tipo de texto que consta do programa curricular: a entrevista. Também já tinha falado com os seus alunos sobre “como se adapta um texto para uma peça de teatro”, quando foram ver A Caminhada, no Cineteatro de Sobral. Foi aí que as crianças perceberam, por fim, como é que as suas ideias tinham sido aproveitadas e debateram isso. A experiência serviu ainda para falar dos sentimentos (Educação para a Cidadania) e dos animais que entram na peça (Ciências).

Em suma, todo o processo tem sido aproveitado para explorar matérias curriculares. Mas também tem sido mais do que isso: “Isto foi uma experiência muito significativa para eles. E eles falam de uma forma muito tranquila e muito aberta”, diz a professora. Acredita, de resto, que a “caixa de ferramentas do coração” será útil para lidar com outras perdas, não apenas a morte, que, nalguns casos, poderão estar para breve. “Há outras situações difíceis com que alguns terão de lidar: a emigração da família e de amigos, por exemplo.”

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