A mítica "prova de fogo" já foi. Saí da sala feliz

Durante a época de exames do ensino secundário, que se iniciou na segunda-feira, dois alunos do 12.º ano têm relatado no PÚBLICO como são estes dias de provas. Tiago Martins diz-nos como correu o exame da manhã desta sexta-feira: Matemática A. Foi a sua última prova.

O trabalho recompensou. Depois de ter feito, até ao dia anterior do exame, 24 provas finais de Matemática A, realizadas entre 2008 e 2016, 1.ª e 2.ª fases e épocas especiais, pensava que estava preparado. E estava, ainda bem.

Foi a primeira vez que fiquei numa sala 2 horas e 30 minutos, já que é o tempo mínimo de realização da prova, não necessitando de usufruir dos 30 minutos de tolerância. A chamada iniciou-se às 9 horas e, como aconteceu na prova de Português, os professores vigilantes distribuíram a folha de resposta e preenchemos o cabeçalho (pela última vez, espero). Foram 30 minutos de espera penosos, sem dúvida. Entretanto, montei o estaminé, 2 canetas pretas, um lápis, uma borracha, uma afia, o compasso, a régua, o esquadro, o transferidor, a calculadora gráfica, o Cartão de Cidadão e, finalmente, a garrafa de água. Logicamente que não os usei todos, mas nunca se sabe o que nos poderiam mandar fazer.

Contrariamente ao que se verificou na prova de Português, fiquei na segunda fila, o que já me permitiu ter uma perspetiva da sala diferente daquela que havia tido na outra prova, em que estava a olhar para o quadro, e neste exame éramos mais alunos na sala. Finalmente, a campainha toca e os professores começam a entregar a mítica "prova de fogo" 635 [Matemática A].

Abro a prova e deparo com os tradicionais Grupos I e II, sendo que o primeiro consiste em 8 questões de escolha múltipla e o segundo em 6 questões de desenvolvimento, algumas subdivididas em alíneas, perfazendo um total de 200 pontos.

Esta prova tem vindo a mostrar alguma constância no decorrer dos anos, incidindo, quase sempre, nos mesmos assuntos, Probabilidade, Geometria, Funções e Números Complexos, nada que aqueles que trabalharam não soubessem realizar.

O tempo foi passando serenamente enquanto realizava placidamente a prova, pois não vale a pena estar em stress neste exame, já que nos podemos enganar num sinal e o exercício fica comprometido, e aqueles que erram e aprendem com os erros sabem o quão frustrante é errar por um sinal. Terminei-a ainda faltavam 10 minutos para o fim das 2 horas e 30 minutos, o que me permitiu rever 3 vezes a prova, analisando-a detalhadamente, e ainda fui encontrando alguns erros. Por isso, aqui vão 2 conselhos: ao rever a prova, verificar se transcreveram corretamente a escolha múltipla – são 5 pontos que podem ser decisivos –, mas não cair no erro de mudar de bem para mal – tal como o que disse para o exame de Português – e ver os restantes exercícios, nomeadamente os números, os sinais e as justificações necessárias.

Tocou para sair e foi o que fiz. Saí da sala feliz, o que está feito, feito está e não o podemos mudar. A época de exames, para mim, chegou a um fim e agora resta aguardar pelos resultados. O difícil é começar.

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