Exclusivo Ípsilon balanço 2020
Um mundo sem espectáculos: não é uma distopia, foi a realidade
Durante três meses, a pandemia esvaziou radicalmente palcos e plateias. Privado do ritual catártico e fundacional do teatro e da dança ao vivo, o público procurou sucedâneos e depois festejou o regresso às salas. Não as reencontrou “como dantes”, mas reinventou-se com elas, assumindo o privilégio e o fardo fatalmente aumentados de ser testemunha — no limite, a única — de espectáculos mais frágeis e mais fugazes do que nunca.