Rede de Bibliotecas Escolares

Financiamento de projetos de promoção da leitura e da escrita. Candidaturas até 18 de outubro

Apoio destina-se a iniciativas em que a biblioteca escolar assuma um papel ativo no desenvolvimento das competências em causa.

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paulo pimenta

As escolas públicas integradas na Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) podem este mês candidatar-se a um financiamento, no valor máximo de 750 euros, destinado a projetos de promoção da leitura e da escrita “particularmente dirigidos aos alunos que evidenciem aprendizagens não consolidadas”. O dia 18 de outubro é a data limite para apresentação de propostas para “Ler e escrever mais com a biblioteca”.

A RBE pretende, desta forma, apoiar projetos em que “a biblioteca, em articulação com os docentes e mobilizando os recursos disponibilizados nesta iniciativa, assuma um papel ativo no desenvolvimento de competências de leitura e de escrita”, resume a nota de abertura divulgada.

“Num momento em que já são conhecidos alguns dos efeitos causados pela pandemia covid-19 na vida das crianças e dos jovens, as escolas são chamadas a delinear planos de recuperação das aprendizagens, flexíveis e contextualizados, no âmbito do Plano 21I23: Escola+”, recorda a RBE, para contextualizar a iniciativa. “A leitura e a escrita, enquanto competências transversais e essenciais nas aprendizagens dos alunos, são domínios que as escolas devem priorizar, em articulação com o trabalho a desenvolver nas diferentes áreas curriculares”, acrescenta.

O impacto do primeiro confinamento nas aprendizagens foi objeto de um estudo do Instituto de Avaliação Educativa (Iave). Constata-se que mais de metade dos alunos do 6.º e do 9.º ano ficam aquém dos resultados esperados em conhecimentos elementares (no 3.º ano o panorama é mais positivo).

No início de junho, o Governo apresentou um plano de recuperação de aprendizagens, o Plano 21I23: Escola+. Na Resolução do Conselho de Ministros que o aprova, as bibliotecas escolares, cujo orçamento será reforçado, são referidas como “o recurso por excelência para que todos os alunos, mesmo e sobretudo os que não provêm de famílias leitoras, possam viver esse ambiente em que o livro está presente, em que se trocam livros e se fala de livros”, sabendo-se que "são leitores os que crescem rodeados de livros, em ambientes em que se fala do que se lê e em que as opções de leitura são diversificadas”. 

A criação de uma biblioteca digital, que complementará os acervos físicos das bibliotecas escolares e contribuirá para que “haja um acesso generalizado a livros, a partir de diferentes lugares”, surge, por sua vez, como “relevante": “Orientada para uma resposta adequada aos adolescentes e adultos, este será um recurso que potenciará o restabelecimento de hábitos de leitura, dando simultaneamente resposta a áreas de incidência prioritárias identificadas no PISA 2018: o fomento do gosto pela leitura, a promoção de saltos qualitativos na procura de textos de complexidade crescente, o acesso a várias possibilidades temáticas de leitura, a promoção da literatura como instrumento para o desenvolvimento humano.”