UGT admite greve geral da função pública

Moção foi aprovada no congresso da UGT, no Porto. Sindicatos da Administração Pública afirmam estar preparados para convocar "uma greve geral se o Governo não der resposta afirmativa às suas justas reivindicações".

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O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, apelou à aprovação de todas as moções apresentadas LUSA/PAULO NOVAIS

O XIII Congresso da UGT aprovou este domingo 16 moções, entre as quais uma da Federação de Sindicatos da Administração Pública com um ultimato ao Governo para negociações imediatas na função pública e que admite uma greve geral do sector.

De acordo com uma moção de urgência que o secretário-geral da FESAP, José Abraão, entregou à Mesa do congresso - que decorre este fim de semana no Porto -, os sindicatos da Administração Pública da UGT "aguardam uma resposta positiva e célere por parte do Governo [...] para começar imediatamente a trabalhar para resolver os problemas dos trabalhadores do sector público".

No documento, os sindicatos assumem que estão preparados para "dar corpo ao crescente descontentamento dos trabalhadores, avançando para a convocação de uma greve geral se o Governo não der resposta afirmativa às suas justas reivindicações".

O XIII Congresso da UGT votou as 16 moções de urgência em conjunto, aprovadas "por esmagadora maioria" com um voto contra e 17 abstenções.

Uma das moções, apresentada por um sindicalista da corrente minoritária do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas, António Grosso, defende que a UGT se deve empenhar no aumento do salário mínimo e das pensões de modo a que esta retribuição atinja os 700 euros até 2020.

Esta proposta mereceu um comentário do secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que disse que, apesar de não concordar com o teor da mesma, valorizava o contributo das minorias.

O dirigente apelou à aprovação de todas as moções, incluindo esta.

Outra das moções aprovadas no congresso partiu do Sindicato da Indústria e da Energia (Sindel), que, num contexto em que a liberalização do sector energético e a consequente concorrência introduziram "efeitos perversos no seu modo de funcionamento", aponta a "necessidade de impor alguma ordem e garantir a competência e toda a ética na forma como se movimentam no terreno os vários actores com ligação ao sector energético".

"O cenário a que temos assistido atentamente é o de um sector em ebulição, atingido por uma concorrência desenfreada em que vale tudo", alerta o Sindel.

Também votada foi a moção do Sindicato dos Oficiais de Justiça, em que se defende a valorização e dignificação "com equidade" dos trabalhadores do sistema de justiça, o reforço dos quadros dos tribunais "para garantir o seu normal e regular funcionamento", o fim das férias judiciais e um "plano geral de obras e trabalhos" necessários em todos os tribunais.

No sector dos média, foi apresentada uma moção "pela dignificação" do sector e dos seus trabalhadores e "pela defesa do serviço público de rádio e televisão", enquanto o Sindicato Democrático dos Trabalhadores dos Correios, Telecomunicações, Media e Serviços alertou para a "situação de permanente intimidação, pressão e chantagem" vivida pelos trabalhadores da PT/Meo, com "mais de 300 trabalhadores transferidos para um departamento sem funções atribuídas".

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