"Troika foi mais disponível para ouvir propostas do PS"

Depois de uma abertura do líder do CDS de manhã, no Parlamento, o secretário-geral do PS afirmou que a troika está mais receptiva a acolher as ideias socialistas.

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O encontro de hoje entre o PS e membros da troika Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PS diz que a equipa de técnicos da troika com quem esteve reunido mostrou uma “maior disponibilidade para escutar e acolher as propostas e medidas” do seu partido.

António José Seguro esteve reunido durante quase hora e meia com a equipa de cinco técnicos da troika na tarde desta sexta-feira. Porém, o líder socialista, parece não depositar grandes esperanças nos resultados práticos e imediatos deste encontro.

“Temo que essa disponibilidade não seja suficiente para agir a tempo e horas e corrigir a rota de estratégia que tem vindo a ser seguida” pelo Governo e também pelas instituições internacionais. Seguro falava aos jornalistas na sede do PS, depois do final do encontro.

Justificando que não divulga o que se passa nestas reuniões, o líder socialista argumentou, porém, que ficou com a sensação de que houve desta vez uma disponibilidade “maior e diferente” porque os elementos da troika porque “quiseram saber melhor, fizeram mais perguntas, quiseram aprofundar”.

Insistiu: “Tenho receio, fundado receio, que essa disponibilidade não passe disso mesmo. Teremos oportunidade de verificar quando for feita a avaliação, no final deste exame, e quando os órgãos próprios vierem fazer a avaliação política - como espero que o façam.”

Foi antecipando essa inércia que Seguro decidiu escrever a carta aos responsáveis do Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia. “Porque esta é uma questão mais política que técnica. Nenhum dirigente se pode esconder atrás de nenhum técnico e por isso os líderes europeus têm também que assumir as suas responsabilidades.”

Seguro disse que transmitiu à troika “o que os portugueses pensam: que Portugal está à beira de uma tragédia social bem patente no elevado número de desempregados, falências e insolvências e na espiral recessiva em que se encontra a nossa economia.”

E que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho “está cada vez mais isolado”. Seguro disse mesmo que quando o Executivo se expressa junto das instituições europeias está a “expressar um sentimento minoritário do país”.

“A estratégia de combate à crise deste Governo falhou e é preciso parar e mudar de caminho”, vincou o líder socialista que também defendeu que o corte de 4000 milhões de euros “é inaceitável” porque os portugueses “não aguentam mais sacrifícios nem o corte de 4000 milhões de euros na educação pública, na saúde pública e na protecção social”.

António José Seguro apresentou aos elementos da troika as cinco propostas e medidas que levou ao Parlamento esta sexta-feira de manhã no âmbito do debate de urgência marcado pelo PS.
Questionado sobre os dados do desemprego de Janeiro, divulgados pelo Eurostat, e que apontam para uma subida de 0,3 pontos, para os 17,6%, o líder socialista afirmou que este é mais um sinal das "políticas erradas" do Governo.

Manifestante barrada
À saída dos cinco elementos da troika da sede do PS, uma mulher desdobrou uma cartolina amarela onde, em letras grandes a azul e vermelho, se lia uma mensagem em inglês. "Emergência. O meu país precisa de trabalho, saúde, educação e a Europa precisa de revolução".

A mulher aproximou-se dos técnicos da troika quando estes se encaminhavam para os dois automóveis, mas foi rapidamente barrada por um dos seguranças que a agarrou, empurrou e a desviou dos veículos.
 
 
 
 
 
 
 

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