Seguro: Caso grego permite a Portugal pedir mais tempo e menos juros

Presidente do Eurogrupo garantiu que as novas regras acordadas para o empréstimo à Grécia serão também aplicadas a Portugal e Irlanda.

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Líder socialista insiste na necessidade de aumentar prazo de pagamento e baixar juros da dívida Miguel Manso

O secretário-geral do PS, António José Seguro, congratulou-se esta terça-feira com o acordo europeu para o caso grego, dizendo que o Governo português tem agora a “oportunidade” de pedir a mesma solução de “mais tempo e menos juros”.

“É um acordo que me deixa muito satisfeito. Em primeiro lugar, porque finalmente a União Europeia chegou a acordo para a situação difícil por que está a passar o povo grego e fundamentalmente porque a solução passa por mais tempo e menos juros”, afirmou Seguro, em declarações aos jornalistas no Parlamento, acrescentando que “é isso” que defende “há muito tempo” para Portugal.

“Portugal, para fazer uma boa consolidação das suas contas públicas, para cumprir os seus compromissos, necessita de mais tempo e menos juros. O primeiro-ministro, que tem estado resignado, que tem estado calado, tem agora uma oportunidade para defender bem os interesses de Portugal, isto é, exigir no mínimo igualdade de condições para Portugal”, afirmou.

Seguro acrescentou não ter certeza de que essas condições de igualdade estejam garantidas, por não “retirar essa confirmação” das palavras do presidente do Eurogrupo, Jean Claude Juncker, no final da reunião de Bruxelas da noite passada.

“Mas a confirmar-se, será uma boa notícia para Portugal”, afirmou o secretário-geral do PS, lembrando que em Julho CDS e PSD votaram contra um ponto de uma resolução socialista que “exigia que houvesse mais tempo e menos juros a pagar por Portugal”.

“Portugal pode e deve vir a beneficiar de melhores condições para garantir um ambiente mais favorável para o crescimento económico”, afirmou, dizendo que o Governo deve explicar a Bruxelas que Portugal quer cumprir os seus compromissos mas “as condições desse cumprimento devem ser adaptadas à realidade”, que mudou desde o início do ajustamento financeiro e que o país sairá da crise por via do crescimento e não da “austeridade custe o que custar”.

O presidente do Eurogrupo garantiu hoje de madrugada, em Bruxelas, que as novas regras acordadas para o empréstimo à Grécia serão também aplicadas a Portugal e Irlanda, os outros países sob assistência financeira.

Falando à saída de uma reunião na qual os ministros das Finanças da zona euro decidiram prolongar o prazo de maturidade dos empréstimos do FEEF à Grécia em 15 anos, Jean-Claude Juncker, ao ser questionado por jornalistas portugueses sobre se Portugal pode esperar idêntico tratamento, asseverou que se empenhará pessoalmente em que tal aconteça, como fora acordado anteriormente.

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