Sampaio concordou com a celebração da cimeira das Lajes, diz Durão Barroso

Antigo primeiro-minsitro anuncia fim da vida política, após 30 anos de carreira.

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Blair, Aznar, Bush e Barroso na Cimeira das Lajes, em 2003 Daniel Rocha

O antigo primeiro-ministro e ex-presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, afirma que o então Presidente Jorge Sampaio aprovou a realização da cimeira das Lajes, prévia à intervenção militar no Iraque em 2003.

“Na altura [tive] o apoio do Parlamento e do Presidente Jorge Sampaio que me disse expressamente que concordava, e que foi a única pessoa que consultei antes de tomar a decisão final”, diz Durão Barroso, em entrevista à SIC e ao semanário Expresso na sua edição deste sábado.

No excerto da entrevista divulgado esta sexta-feira, em nenhum momento o ex-primeiro-ministro refere a concordância de Sampaio com as decisões da cimeira, referindo-se, apenas, à celebração do encontro nas Lajes.

“Ouço as críticas, conheço as críticas, com a informação na altura disponível foi a posição adequada”, prossegue o antigo líder do PSD, referindo-se às informações então divulgadas de que o regime de Saddam Hussein dispunha de armas de destruição maciça, nomeadamente químicas. O que, depois da intervenção militar, não foi confirmado.

“Países amigos e aliados, os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e a Espanha, propuseram a organização da cimeira [na base militar norte-americana das Lajes]”, recorda Barroso na entrevista, na qual, segundo a SIC e o Expresso, anuncia o final da sua carreira política de 30 anos.

Foi em 16 de Março de 2003, nas Lajes, Ilha Terceira, que o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o presidente do Governo de Espanha, José Maria Aznar, se reuniram também com a presença do primeiro - ministro de Portugal e foi acordada a intervenção militar.

“Ou o Iraque se desarma ou é desarmado pela força”, anunciou George W. Bush em conferência de imprensa. Esta foi uma das ocasiões que colocaram a base açoriana no centro das atenções mundiais, à semelhança de Dezembro de 1971, quando acolheu um encontro entre os presidentes norte-americano, Richard Nixon, e francês, George Pompidou.

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