Rui Moreira: “Guerra" com a TAP à espera de novos capítulos

Presidente da Câmara do Porto, que escreveu o livro a meias com o seu adjunto, garante que “seria errado" acreditar que a regionalização está para breve. E diz que quem manda na TAP é Neeleman.

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Rui Moreira na apresentação do livro Martin Henrik
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Valente de Oliveira Martin Henrik
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O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, não vai escrever mais nenhum livro sobre a “guerra” que travou sozinho contra a TAP, depois de a companhia aérea ter anunciado o fim de vários voos de médio curso, incluindo quatro a partir Aeroporto Francisco Sá Carneiro. Mas esta “história não acaba aqui”. Foi exactamente isto que Rui Moreira disse nesta terça-feira, na Fundação de Serralves, na apresentação do livro TAP-Caixa Negra, que escreveu com o seu adjunto Nuno Nogueira Santos, e que é prefaciado por Luís Valente de Oliveira, ex-ministro e seu mandatário na candidatura à Câmara do Porto.

“A história - é claro - não acaba aqui, mas o livro acabou, não vamos, com certeza, escrever outro fascículo”, declarou, olhando para o co-autor. “Vamos esperar pelos próximos capítulos da TAP e dos transportes aéreos em Portugal, com ou sem TAP”, afirmou o autarca aos jornalistas durante uma pausa na sessão de autógrafos que se seguiu à apresentação da obra, que revela a perspectiva dos autores sobre os “bastidores” das negociações sobre o Aeroporto do Porto, desde a privatização da ANA, empresa gestora dos aeroportos, ao “desinvestimento da transportadora no Porto”.

Garantindo que o tempo lhe tem vindo a dar razão, o independente Rui Moreira assegura que, “com esta guerra, não foi apenas o Norte que perdeu, foi o país. Perdeu, porque houve um conjunto de erros sucessivos, que começaram com o modelo de privatização dos aeroportos, quando aos aeroportos foram privatizados em bloco”. Embalado, aproveitou para salientar que o “Porto tem vindo a assistir ao cancelamento sucessivo de voos” e reivindicou “mais equilíbrio e coesão nacional”. Isto, depois de sublinhar que “é claro” que quem manda na TAP não é o Governo, mas sim David Neeleman. “Precisamos urgentemente que este país não esteja inclinado apenas para um lado, para Lisboa - isso é absolutamente urgente”, proclamou, deixando claro que a regionalização não vai sair da gaveta tão cedo.

“Seria errado que acreditássemos que daqui a uns anos vai haver regionalização e, entretanto, vamos vivendo assim e isto depois compõe-se. A questão é mais candente, é uma questão mais urgente que tem a ver coma coesão territorial e o Presidente da República falou dela na sua tomada de posse”, apontou

Com casa cheia e muitas figuras conhecidas, o livro foi apresentado pelo amigo António Lobo Xavier. “Este livro poderia ser também como um livro de revolta. Tem a presunção dos predestinados e é um livro absolutamente inovador no domínio das obras escritas por políticos”, declarou, considerando a obra “poderia chamar-se 'À Procura da Lógica', mas essa busca nunca teve qualquer sucesso”. Depois, criticou o “reforço do centralismo” e o “agravamento das assimetrias”, tal como o fizera o presidente da câmara e saiu em defesa do amigo. “O Rui exige lhe mostrem como é que é defendido o interesse público”, disse, elogiando o “brilho” que a escrita de Nuno Nogueira Santos, adjunto de Rui Moreira, acrescentou ao livro TAP-Caixa Negra.

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