Repetidas duas votações das “directas” que reconduziram Costa

Três delegados ao Congresso, dois de Viana do Castelo e um de Lisboa, ainda não foram eleitos

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António Costa foi reeleito com 95,3% Rui Farinha/NFactos

Duas das votações das eleições "directas" que reconduziram António Costa na liderança do PS terão ainda de ser efetuadas, decidiu hoje a Comissão Organizadora do 21.º Congresso (COC), que admitiu 10 moções setoriais à reunião magna de junho.

"Certificámos as várias votações e há que mandar repetir um processo eleitoral e ser convocado outro. Resultados finais globais só na terça ou quarta-feira porque algumas secções (cerca de 50) não transmitiram via telefone, e só vamos ter acesso aos resultados por correio", disse à Lusa o presidente da COC, Francisco César.

O mesmo responsável socialista anunciou a validação de 10 moções setoriais para o congresso de entre 03 e 05 de junho, na Feira Internacional de Lisboa, as quais serão publicadas ainda esta noite, através da Internet.

Segundo Francisco César, os problemas na eleição de delegados verificaram-se em Viana do Castelo, onde "o primeiro subscritor de uma das listas de delegados não conseguiu entregar lista porque a secção estava fechada" e a mesma será repetida e na "secção de educação da área urbana de Lisboa, onde fora rejeitada uma lista por irregularidades que não se vieram a confirmar e, portanto, vai ser convocada a eleição.

"Teremos assim problemas com três lugares de delegado (dois em Viana, um na educação-Lisboa) ao congresso de um universo total de 1.763", desvalorizou, contrariando ainda as queixas do candidato alternativo ao atual secretário-geral e primeiro-ministro, Daniel Adrião, que lamentou a falta de informação e de congruência nos números já divulgados.

Segundo Francisco César, o número de delegados eleitos por Adrião "deverá subir um pouco" dos 21 estimados, e, "em qualquer ato eleitoral, os votos brancos e nulos também contam porque são expressos".

"Não se pode dar números parciais. Mesmo assim, a soma total tinha de dar 100% porque os votos brancos e nulos, ou seja, não validamente expressos, não contam. Se António Costa teve 95,3%, então eu teria o remanescente (4,7% e não 2,8%). A bota não bate com a perdigota", afirmou Daniel Adrião.

O adversário de Costa condenou o facto de o seu "representante na COC" só ter participado "numa reunião aquando da formalização das candidaturas e ser convocado para uma reunião hoje às 18:00".

"De resto, não obtivemos qualquer resposta aos pedidos de esclarecimento", disse Adrião, ex-dirigente do PS e primeiro subscritor da moção "Resgatar a democracia", que afirmou ter conseguido a eleição de 23 delegados ao congresso.

Segundo a COC, António Costa e a sua moção de estratégia global "Cumprir a alternativa, consolidar a esperança" obteve 95,3% dos votos contra 2,8% de Adrião, quando estavam apurados, no sábado, 92,7% de votos do universo eleitoral dos militantes socialistas.

O universo eleitoral total, incluindo as regiões autónomas dos Açores e Madeira e as secções das federações da Europa e Fora da Europa, é de 49.127 pessoas.

Entre sexta-feira e sábado votaram nas eleições diretas para o cargo de secretário-geral do PS e na escolha dos delegados ao congresso 63,8% do total de militantes com capacidade eleitoral.

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