Portugueses salientam Guterres como candidato com melhor desempenho

À esquerda e à direita, António Guterres é visto como o melhor candidato. À segunda votação, a vitória parece possível.

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Em Portugal, acredita-se que Guterres possa chegar a secretário-geral da ONU AFP PHOTO / ALBERTO PIZZOLI

Horas depois da segunda votação do Cosnelho de Segurança da ONU, que na sexta-feira confirmou António Guterres como favorito na corrida a secretário-geral da organização, começaram a surgir as reacções dos portugueses. À esquerda e à direita, deputados, diplomatas e outras figuras do Estado vieram a público, a maior parte através da rede social Facebook, enumerar as qualidades de António Guterres e parabenizá-lo pelos resultados.

“Mais uma vez foi o candidato com o melhor desempenho”, escreveu a social-democrata Mónica Ferro, sublinhando que “os [dois] votos de desencorajamento não significam obstáculos intransponíveis”. “Não conhecemos a proveniência dos mesmos. Apenas quando forem introduzidos os boletins com cores poderemos saber, com mais rigor, se são votos de membros permanentes ou de membros eleitos”, recordou a ex-deputada do PSD.

No Jornal de Notícias, o ex-ministro de José Sócrates Pedro Silva Pereira, dedicou todo o seu espaço de opinião de sábado a Guterres. “Tem tudo para ser um grande secretário-geral da ONU”, assumiu o socialista, reconhecendo-lhe “inteligência, talento, mérito e experiência política”, entre outras qualidades. “Ver António Guterres como secretário-geral da ONU seria, obviamente, muito prestigiante para Portugal e para a diplomacia portuguesa”, escreveu Pedro Silva Pereira.

Os comentários positivos deixados nas redes sociais não são exclusivos da esquerda nem do PS. Carlos Carreiras, autarca do PSD em Cascais, não teve medo de assumir que a segunda votação, em que Guterres obteve 11 votos de encorajamento, dois de desencorajamento e dois neutros, significa “boas notícias”. “Agora sim, acredito que seja possível. Um notável trabalho do candidato e da diplomacia portuguesa”, referiu, também, o deputado social-democrata, Duarte Marques. Ao Diário de Notícias, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros do PSD, Martins da Cruz, disse que “António Guterres continua a ser o melhor candidato possível” e explicou que “todas as votações são tácticas”, razão pela qual não atribuiu muita importância aos dois votos de desencorajamento.

Ainda entre os diplomatas, Francisco Seixas da Costa congratulou-se por não se ter perdido o “favoritismo que vinha do primeiro apuramento de resultados”, mas alertou para o facto de terem surgido dois votos mais negativos. “Tem de ser analisado com atenção”, alertou.

António Guterres manteve-se assim como favorito na votação da última sexta-feira, tendo sido o único candidato que teve mais de dez votos (teve onze) de encorajamento. Seguiram-se Vuc Jeremic (ex-ministro dos Negócios Estrangeiros da Sérvia) e Susana Malcorra (actual ministra dos Negócios Estrangeiros da Argentina) com oito, de acordo com os elementos disponibilizados na página da World Federation of United Nations Associations.

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