Quero lá saber

No último Spectator Rod Liddle faz uma lista de músicos que não são de esquerda, começando por Kate Bush que ousou confessar que gostava de Theresa May. A lista é curta e arcaica(Status Quo, Rush, alguns dos Genesis, Ted Nugent, Sham 69) mas inclui algumas surpresas como os Jam
e Ian Curtis. Foi pena não mencionar o génio e ideólogo capitalista Andy Warhol que influenciou politicamente Lou Reed, Iggy Pop, Moe Tucker e David Bowie.

O grande ausente desta lista é Eric Clapton que, afirmando-se conservador, seria mais correctamente  definido como um nacionalista de extrema-direita, tendo feito um discurso violentamente racista em 1976.

Felizmente tem havido sinais de fartura no que toca às ideias políticas de celebridades. Diz-se muito mal de Bono mas Bono tem um conselheiro político inteligentíssimo, o escocês Douglas Alexander.
Antes de contratá-lo, no entanto, Bono teve a infeliz ideia de anunciar num concerto em Glasgow que “cada vez que bato palmas, morre uma criança em África”. Resposta em voz alta de um espectador escocês ao pé do palco: “Well, stop fuckin’ doing it then!”

Que nos interessa saber as opiniões políticas de quem nos diverte? Sejam músicos ou escritores o facto de serem mais à esquerda ou mais à direita só nos deve interessar no sentido de haver uma grande variedade de opiniões. O pior é que listas como esta ainda são usadas para ver “quem é que é dos nossos”, para poder cascar nos que não são.

Cuidado com os apóstolos da uniformidade. Vivam as diferenças!

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