PS-Porto homenageia Soares, “o grande paladino da liberdade”

António Costa, secretário-geral do partido, e os filhos do antigo Presidente da República marcam presença na cerimónia do próximo domingo

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Mário Soares e António Costa, em Outubro de 2010, na Universidade de Lisboa Pedro Martinho / PUBLICO

Em vésperas do 43º aniversário da Revolução dos Cravos, o Partido Socialista escolhe o Porto para homenagear o fundador do partido, Mário Soares, numa sessão pública para a qual foram convidadas algumas das mais altas personalidades do PS da cidade e da vida pública e política.

“Trata-se de uma cerimónia muito simples de evocação que pretende acentuar o percurso do fundador do PS como grande paladino da liberdade no nosso país”, declarou o presidente da distrital do PS-Porto, Manuel Pizarro, que integra a Comissão de Honra da homenagem.

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, e os dois filhos do antigo Presidente da República, Isabel e João Soares, estarão na primeira fila do Teatro Municipal do Porto (Rivoli) para assistir à homenagem denominada Mário Soares - Uma vida pela liberdade, que decorrerá na tarde de domingo.

O presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Artur Santos Silva, amigo pessoal de Soares e o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, vão discursar na cerimónia, onde participam outros membros da Comissão de Honra como Alexandre Quintanilha, Elisa Ferreira, Fernando Gomes, Francisco Assis, Luísa Salgueiro, Luís Portela, Carlos Lage, Isabel Santos, Hugo Carvalho, entre outros. Rosa Mota e o professor e investigador Manuel Sobrinho Simões, que integram a Comissão de Honra, estarão ausentes.

“O principal legado que Mário Soares deixa ao país é o esforço imenso que ele fez toda a sua vida com enorme coragem pessoal, com imensa determinação, contra uma repressão duríssima - esteve preso 11 vezes e foi exilado duas vezes – e, apesar de tudo, manteve sempre uma enorme firmeza nos ideias e uma enorme tolerância em relação aos adversários, que é isso que caracteriza os adversários”, declarou ao PÚBLICO Manuel Pizarro.

O dirigente socialista fala da “forte ligação forte que o fundador do PS tinha ao Porto que ia para além das fronteiras” partidárias. “Mário Soares tinha uma profunda ligação com algumas figuras republicanas do Porto como António Macedo, Beatriz e Mário Cal Brandão, Coelho dos Santos (já desaparecidos) e Artur Santos Silva (pai do presidente da Fundação Calouste Gulbenkian) e que tiveram um papel decisivo na resistência ao fascismo e na campanha de Humberto Delgado para a Presidência da República”, acentua.

Porto outro lado, Pizarro recorda que “na campanha presidencial de 1985, houve, no Porto, um vasto conjunto de personalidades fora do quadrante do PS, como Miguel Veiga, Rui Rio, Artur Santos Silva, Valentim Loureiro e Rio Moreira que o apoiaram e que contribuíram decisivamente para a sua vitória”.

Três meses após a sua morte, o PS-Porto decide homenageá-lo numa sessão que terá dois momentos musicais: Rock da Liberdade na voz do músico portuense Rui David e Grândola, Vila Morena tocada pela pianista Sofia Lourenço. A iniciativa será pontuada pela leitura de alguns excertos de obras do homenageado, bem como de alguns poemas que considerou serem poemas da sua vida. As leituras ficarão a cargo da actriz Adriana Faria e do poeta Renato Filipe Cardoso.

 

 

 

 

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