Virgílio Macedo reeleito líder da distrital do PSD/Porto

PSD-Porto foi a votos e houve suspeitas de fraudes. Dois candidatos, Virgílio Macedo e Celso Ferreira, disputaram este sábado as eleições para a distrital do PSD-Porto, a maior estrutura do partido.

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PSD não apresenta lista na ilha do Corvo Pedro Cunha/Arquivo

Virgílio Macedo foi este sábado reeleito presidente da distrital do PSD/Porto, com mais de 80% dos votos, derrotando o presidente da Câmara de Paredes, Celso Ferreira, naquelas que foram as primeiras eleições com duas listas ao fim de 17 anos.

Este é o terceiro mandato do deputado do PSD à frente da distrital social-democrata do Porto, tendo afirmado à Lusa que esta foi uma "vitória esmagadora", vencendo em 17 das 18 concelhias do distrito do Porto, sendo Paredes a única na qual Celso Ferreira ganhou.

"A margem é bem clara. O PSD/Porto continua unido, mobilizado, estabilizado e a acreditar no projeto da distrital", considerou. De acordo com os resultados ainda provisórios, a lista liderada por Virgílio Macedo conquistou mais de 80% de votos, tendo Celso Ferreira ficado perto dos 20%.

Virgílio Macedo disse ainda que, terminada a disputada interna, o PSD/Porto fará agora um trabalho de proximidade para continuar a explicar "o enorme trabalho feito por este Governo e por Passos Coelho", recordando onde estava o país em 2011 e onde está agora. "Este é um trabalho para duas legislaturas e o PSD/Porto será um agente ativo na transmissão dessa mensagem", garantiu.

Ao fim de 17 anos, o PSD-Porto teve pela primeira vez frente a frente duas listas, dois projectos políticos diferentes, um protagonizado por um deputado e outro por um presidente de câmara. O deputado Virgílio Macedo recandidatou-se pela última vez à presidência da maior distrital social-democrata e Celso Ferreira, presidente da Câmara de Paredes, quis fazer destas eleições o tirocínio para dentro de dois anos ser o próximo líder do PSD-Porto.

O clima de combatitividade entre as listas revelou-se nas acusações de fraude eleitoral feitas a meio da tarde pela candidatura de Celso Ferreira, por suspeitas de terem sido colocados previamente nas urnas boletins de voto já preenchidos. Segundo o JN online, foi depois verificado que havia alguns boletins de voto, mas de anteriores eleições e de aparência diferente, que foram retirados quando identificados.

Virgílio Macedo partia com alguma vantagem, contando com o apoio de 17 dos 18 líderes concelhios e também do eurodeputado Paulo Rangel, que já saudou o facto de desta vez a disputa se fazer entre os dois candidatos, o que na sua opinião, representa um sinal de vitalidade que dará “outra legitimidade" a que vencer as eleições.

Crítico da actual liderança, Celso Ferreira explicou, numa nota enviada ao PÚBLICO, os motivos pelos quais se candidatava: “A distrital do Porto do PSD está cristalizada, perdeu a voz e afastou-se das bases, o grande pilar fundador do partido. As decisões são tomadas por um directório de quatro ou cinco pessoas e grassa um clima de medo de mexer no sistema instituído que tem e de preocupar os militantes. A mim preocupa-me, por isso me candidato”.

O líder da concelhia do PSD de Paredes afirma, por outro lado, que “o debate de ideias interno é contornado pelo sistemático antecipar das eleições, numa jogada que contraria o jogo democrático e que os interesses do distrito não são definidos: encerram as direcções regionais de educação e economia e planeia-se a reestruturação do sector das águas em claro prejuízo da região e ninguém combate esta saída de competência. E dizem-se defensores da Regionalização”.

Confiante, Virgílio Macedo dizia, antes das eleições, que “não ouviu durante a campanha uma única proposta ao seu adversário” e destaca a necessidade de “o PSD estar unido, focado e estabilizado para que, em conjunto com os deputados e os militantes, fazer o trabalho político para vencer as eleições legislativas de 2015”. A prioridade da distrital vai para o grande combate das legislativas, porque - diz - “está tudo em aberto”.
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