PSD rejeita inquérito ao Banif na Madeira, mas PS avança com potestativo

Uma proposta socialista para criar uma comissão de inquérito na Madeira ao Banif foi chumbada pelo PSD no parlamento regional, mas a investigação vai mesmo avançar pela mão dos socialistas.

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A sessão foi quente na assembleia da Madeira DR

A bancada do PSD na Assembleia Legislativa da Madeira chumbou esta quinta-feira a proposta do PS para a criação de uma comissão de inquérito ao Banif, mas os socialistas vão contornar a decisão e forçar o parlamento regional a investigar as “relações” entre o banco, o PSD-Madeira e a administração pública madeirense.

“Esta postura do PSD reforça a nossa argumentação e as nossas razões para a necessidade de, também na Madeira, existir uma investigação sobre as relações entre o Banif, o PSD-Madeira e a administração regional”, disse ao PÚBLICO o líder do PS-Madeira, Carlos Pereira, após o parlamento ter rejeitado, apesar dos votos favoráveis de toda a oposição, a instalação de uma comissão de inquérito ao banco, que tinha sede no Funchal.

O PS vai agora avançar com uma Comissão de Inquérito Potestativa. Uma prerrogativa que cada grupo parlamentar dispõe por sessão legislativa, e que permite que as comissões de inquérito avancem sem ser necessária votação. Basta para tal a assinatura de 10 deputados – os socialistas têm cinco, mas contam com o apoio dos parlamentares do PTP, PND, PCP e Bloco (dois) -, para a comissão ser instalada.

“Vamos usar esta figura regimental, porque é fundamental apurar responsabilidades”, sintetizou Carlos Pereira.

Antes mesmo da votação, a proposta do PS agitou o plenário, quando Jaime Leandro, líder parlamentar socialista, questionou a legitimidade de três deputados social-democratas em votarem a proposta, por integrarem os corpos sociais do Banif à data da resolução do banco.

O presidente da Assembleia madeirense, Tranquada Gomes, que era secretário da Mesa da Assembleia do banco e Vogal do Conselho Fiscal, foi um dos visados por Jaime Leandro, e acabou por ‘cortar’ o microfone ao deputado, por considerar que a intervenção não se enquadrava na figural de interpelação à mesa. Miguel de Sousa, vice-presidente do parlamento, que à data da resolução era presidente da Assembleia-geral do Banif, e José Prada, que também integrava a mesa da Assembleia-geral do banco, foram também apontados.

“Existe um grave conflito de interesses no caso destes três deputados, que não foi respeitado”, acusa Carlos Pereira, reforçando as críticas a José Prada: “Fez parte dos corpos sociais do banco até ao fim, e agora representa os lesados do Banif”.

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