PSD estranha pedido de consenso de Costa sobre floresta depois das leis promulgadas

Deputado social-democrata diz que não houve consenso, porque o Governo e o PS não quiseram e não consultaram sequer o PSD.

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Sergio Azenha (colaborador)

O PSD estranha a atitude do primeiro-ministro na quinta-feira, em Pedrógão Grande, que desejou que a comissão técnica sobre os incêndios possa mostrar o “consenso técnico” sobre a reforma florestal para “consolidar um consenso político” que admitiu não ter existido no Parlamento. O deputado social-democrata Nuno Serra diz ao PÚBLICO estar “perplexo” com a atitude de António Costa, que “agora reconhece que não há consenso político e que o consenso que anunciou há umas semanas afinal era de fachada”. Ao lado de António Costa, também o Presidente da República lamentou na quinta-feira que não haja “convergência alargada quanto a todos os diplomas” – o PCP chumbou o banco de terras e os benefícios fiscais foram adiados para o Outono.

“Não há consensos, porque o Governo e o PS não quiseram: nem sequer consultaram o PSD durante o processo de discussão dos diplomas – que durou uns escassos 21 dias – e chumbaram todas as nossas propostas que decorreram, essas sim, das audições às 46 entidades do sector. Fizeram um acordo de governação à esquerda onde incluíram a reforma da floresta e nem ouviram decentemente o sector. Há toda uma comunidade florestal que não se revê ali”, realça Nuno Serra.

“Não se percebe como o ministro da Agricultura, há umas semanas, se tenha autoproclamado um novo D. Dinis e tenha dito que aprovou uma reforma da floresta ‘contra tudo e contra todos’ e agora o primeiro-ministro peça consensos. Vem agora pedir um consenso que não tem qualquer efeito prático numa altura em que as leis já foram promulgadas pelo Presidente da República e estão prestes a entrar em vigor. Quer que as empresas e o sector façam o quê? Que se calem e batam palmas?”, insiste o deputado do PSD.

Nuno Serra recorda que na audição conjunta ao sector da floresta com empresários, associações e especialistas “também não houve consenso científico” sobre as propostas do Executivo. “O consenso tem que ser feito com as pessoas que vivem da floresta. O Governo tem que dialogar mais com o sector, algo que não fez.”

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