PS entra em força na campanha ao lado de Nóvoa

Em Setúbal, o candidato esteve acompanhado pelos dois adjuntos de António Costa, no partido e no Governo.

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Nuno Ferreira Santos
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Desde sexta-feira tem sido assim: um ministro por dia, a falar nos comícios de António Sampaio da Nóvoa. Augusto Santos Silva, na sexta-feira, Vieira da Silva, no sábado, Campos Fernandes, no domingo – e o presidente do partido, Carlos César, à noite, no mesmo dia -, Eduardo Cabrita na segunda-feira. Esta recta final está, até, a intensificar a presença de dirigentes socialistas junto do antigo reitor.

Nesta segunda-feira à noite, num comício em Setúbal, que encheu o antigo cinema Charlot, teve a seu lado a número dois do partido, Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta de António Costa no Largo do Rato. Victor Ramalho, que presidiu à federação distrital de Setúbal do PS durante anos e é um dos mais próximos colaboradores de Mário Soares, é o mandatário da candidatura de Nóvoa na região. E o ministro-Adjunto de António Costa, Eduardo Cabrita, fechou a lista de oradores do comício.

Toda esta contabilidade ganha algum sentido depois de instalada, nos últimos dias, uma querela, lançada pela candidatura de Maria de Belém: Afinal quem é o candidato socialista nestas eleições?

Nóvoa começou o seu discurso de Setúbal por aí. "Eu não vim para dividir. Eu venho para unir esforços para que se construa um Portugal mais justo, solidário. Não faço esta campanha contra ninguém. Não faço esse favor ao candidato apoiado pelos partidos da direita. Recuso-me a perder tempo em ataques fratricidas.”

Antes, já Vítor Ramalho se tinha referido, ainda que de forma indirecta – “esta minha camarada” – às críticas de Maria de Belém. Mas os três oradores do PS que antecederam Nóvoa traziam um discurso articulado e o alvo é Marcelo Rebelo de Sousa. Para Ramalho, se fosse eleito, Marcelo nem concluiria o mandato, porque “a intrigalhada seria tanta no Palácio”....

E por falar em palácio... Eduardo Cabrita quer eleger Nóvoa porque só assim evitará ter “receios de qualquer golpe palaciano”. O ministro-Adjunto garante que esta eleição está em aberto: “Ninguém decidiu pela televisão, nem pela popularidade.”

Também Ana Catarina Mendes fez um “apelo” aos socialistas: “Derrotem o candidato da direita.” “Marcelo está a fazer uma campanha para nos convencer que é quem não é. Mas ele é mesmo o que é. O candidato do PSD e CDS. É uma candidatura de gato escondido com rabo de fora”, avaliou a secretária-geral adjunta do PS.

Desta vez, Nóvoa subiu ao palco sem um discurso escrito. Falando de improviso, qualificou a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa, de fast-food – ironizando com os malefícios e o risco que a comida instantânea, e popular, traz à saúde.

“O meu país é o da igualdade”, defendeu, mais uma vez, ao afirmar que defende uma República “soberana” e “social”. “O Estado social é a matriz da nossa democracia”, afirmou.

“Vamos celebrar o regresso da Constituição à Presidência da República”, afirmou, “vamos conseguir vencer, cada dia é mais certo”.

À tarde, em São Pedro de Sintra, à saída de uma visita ao quartel de bombeiros local, Nóvoa abriu o espectro da sua candidatura, procurando fugir, uma vez mais, à polémica lançada pelos apoiantes de Maria de Belém. “Sou o candidato de muitas áreas, e também da área socialista. Fui  suscitando o apoio de muita gente, e de muita gente da área socialista, o que é uma coisa de que me orgulho, porque revela que há uma convergência. E isso é uma coisa que me honra, como me honra o apoio de muita gente que não é socialista.”

O candidato assume-se como a “alternativa” a Marcelo, aquele que “vai passar à segunda volta”. No entanto, reafirma que dará o seu apoio a qualquer um dos candidatos de esquerda que passe à segunda volta, no caso de não o conseguir. “Seja qual for o candidato que passe à segunda volta, seja Edgar Silva, seja Marisa Matias, seja Maria de Belém, contarão sempre com o meu apoio.”

Para Sampaio da Nóvoa, o importante é “ganhar ao candidato que representa valores diferentes” dos seus. E o objectivo é fazer com que na segunda volta se discuta, a sério, “sair um pouco desta campanha ligeira” que acusa Marcelo de estar a fazer.

Notícia corrigida às 12h30 de terça-feira. Retira a frase relativa ao apoio do presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, que recebeu o candidato institucionalmente, tal como antes tinha recebido Maria de Belém, sem apoiar nenhum dos candidatos

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