PS diz que responsabilidade de Núncio comprova negligência de executivo PSD/CDS

Eurico Brilhante Dias critica a "negligência" do anterior governo em relação à saída de 10 mil milhões de euros para offshores durante o período em que "foi pedida aos portugueses uma grande dose de sacrifícios".

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Brilhante Dias: o PS quer mais esclarecimentos ENRIC VIVES-RUBIO

O PS considera que o assumir da "responsabilidade política" do antigo secretário de Estado Paulo Núncio, no caso das transferências para paraísos fiscais, comprova a "negligência" do executivo PSD/CDS-PP no acompanhamento destes "fluxos financeiros".

"O governo de PSD e CDS foi muito eficaz, foi de uma grande eficácia a cobrar impostos aos portugueses (...) mas depois foi bastante negligente no acompanhamento dos grandes fluxos financeiros para offshore", vincou o secretário nacional do PS Eurico Brilhante Dias, em declarações à Lusa.

O dirigente e deputado socialista falava depois de Paulo Núncio, antigo secretário de Estado com a pasta dos Assuntos Fiscais, ter assumido a sua "responsabilidade política" pela não publicação de dados relativos às transferências dinheiro para offshore, pedindo também o abandono das suas funções atuais no CDS-PP.

A "negligência" do anterior executivo, prosseguiu Eurico Brilhante Dias, tem uma "responsabilidade acrescida" a nível político, porque se deu num momento em que "aos portugueses foi pedida uma grande dose de sacrifícios", nomeadamente por via do aumento dos impostos.

"Vamos continuar a acompanhar este caso e à procura da verdade, no sentido de garantir equidade fiscal de todos os portugueses perante a administração fiscal", continuou o socialista.

Já o Bloco de Esquerda considera que "assumir a responsabilidade pela não publicação da informação era a única opção de Paulo Núncio, no que devia ser acompanhado pelos Ministros das Finanças a que respondia".

Numa mensagem enviada por escrito, o Bloco afirma que "fica por esclarecer o mais importante: como foi que 10 mil milhoes desapareceram das listas de transferências para offshores". E reafirma o seu compromisso para "taxar as transferências e punir a fuga, responzabilizar quem a permitiu e definir regras para que a fuga não se repita".

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