PS admite que propinas têm que ser reduzidas nos próximos anos

Socialistas e bloquistas realçam “sucesso” do início do ano escolar sem problemas. Direita diz que os factores positivos de hoje se devem ao investimento do anterior Governo.

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Alexandre Quintanilha admitiu redução de propinas Daniel Rocha

O PS e o Bloco aproveitaram o arranque do ano lectivo nesta semana para as suas declarações políticas sobre educação e fizeram uma avaliação positiva sobre o regresso às aulas, por comparação com os problemas de anos anteriores, quando governavam PSD e CDS. Já estes dois partidos lembraram que ainda haverá casos de professores por colocar e defenderam que os factores positivos de hoje se devem ao investimento do anterior Governo.

“A forma calma como decorreu o arranque do presente ano lectivo nas escolas públicas ilustra bem o enorme esforço que foi feito por todos, professores, directores de escola e ministério para que o cerca de 7300 docentes (mais 500 que o ano passado) soubessem a 1 de Setembro em que escola seriam colocados, e que o número de professores sem componente lectiva fosse reduzido para metade (de 1500 para menos de 700)”, descreveu o deputado socialista Alexandre Quintanilha, que realçou que o total de estudantes admitidos no ensino superior (46.700) aumentou 6% em relação ao ano passado.

O deputado e cientista lembrou alguns objectivos “ambiciosos” e “prioritários” dos dois ministérios que lidam com o ensino, e apelou à “construção de convergências” no Parlamento, desejando que nesta nova sessão legislativa se passe “muito menos tempo a revisitar o passado e muito mais tempo a imaginar as escolas do futuro e o conhecimento necessário para esse futuro”.

Já no período de perguntas, Alexandre Quintanilha admitiu que as propinas do ensino superior “têm que ser reduzidas” mas será preciso ver qual a “margem” que o Estado terá nos próximos anos.

Escolhendo também o tema do regresso às aulas, a bloquista Joana Mortágua focou-se em fazer um balanço muito positivo – até mais efusivo do que Quintanilha – por comparação com os últimos anos do Governo PSD/CDS. “A realidade é tão clara que até a presidente do CDS o reconhece: o início do ano escolar deixou de ser um drama. Depois podemos discutir se o mérito é dos sindicatos como disse Assunção Cristas, do Governo, ou se o mérito de um ano tranquilo será do Bloco de Esquerda. Uma coisa é certa: do CDS é que não é. Nem do PSD”, afirmou Joana Mortágua.

A deputada arrancara a sua intervenção citando as expectativas de um aluno da Escola Básica nº 2 de Alhos Vedros que disse que “há escolas que são gaiolas e escolas que são asas” e usou essa imagem para deixar críticas à direita.

Pelo PSD, Duarte Marques veio admitir que houve alguma “normalidade” no arranque escolar, embora também haja algumas falhas na colocação de professores e na distribuição de auxiliares. Mas lembrou que a actual oposição não faz a “histeria” que a esquerda fez em anos anteriores. E defendeu que essa “normalidade”, o aumento do número de candidatos ao superior, o aumento do nível de escolarização e a diminuição das taxas de retenção se devem às medidas tomadas nos últimos quatro anos pelo anterior Governo.

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