PS admite chamar Passos a explicar ligações ao Banco Efisa

Socialistas vão fazer perguntas a Miguel Relvas, para que este responda por escrito, mas admitem que pedido de explicações chegue ao ex-primeiro-ministro.

Foto
Miguel Relvas recusou ir ao Parlamento, mas disponibilizou-se a responder por escrito Rui Gaudêncio

Depois de Miguel Relvas, os socialistas admitem chamar Passos Coelho a explicar a relação do Estado com o Banco Efisa e o processo de capitalização do banco. O ex-ministro recusou ir à comissão da Assembleia da República esclarecer o seu envolvimento na venda do banco de investimento do ex-BPN, admitindo apenas responder por escrito, mas isso pode não ser suficiente, dizem os socialistas. E se as respostas não foram esclarecedoras, o pedido de explicações chegará ao ex-primeiro-ministro.

"Vamos fazer perguntas e esperamos que as respostas sejam esclarecedoras. Caso sejam evasivas, consideramos a hipótese de chamar o ex-primeiro-ministro" à comissão de Orçamento e Finanças, disse ao PÚBLICO o deputado do PS João Paulo Correia.

A luta política entre PS e PSD não se está a fazer apenas na Comissão de Inquérito ao Banif, mas também na comissão de Finanças da Assembleia, onde os socialistas insistem em ter esclarecimentos sobre o envolvimento do ex-ministro Miguel Relvas nos negócios que envolvem o Efisa. Isto, porque Relvas era ministro quando o Governo decidiu capitalizar o banco (no valor de 90 milhões de euros) e este ano pediu para entrar na Pivot, a sociedade que adquiriu o Efisa, tal como o PÚBLICO noticiou.

Depois da notícia do PÚBLICO, o ex-ministro foi chamado para uma audição no Parlamento para esclarecer se foi ou não beneficiado por decisões (neste caso pela decisão de capitalização), mas numa reposta, que chegou no passado fim-de-semana à presidente da Comissão, Teresa Leal Coelho, Miguel Relvas recusou falar com os deputados. Escreveu o ex-governante que a sua disponibilidade se encontra "limitada pelo estrito conhecimento dos acontecimentos" e, por isso, usou a prerrogativa de responder por escrito: "Acredito que é esta a forma que melhor contribui para que as paixões da política partidária não se sobreponham à razão da análise fria dos factos".

"Lamentamos a fuga do ex-ministro Miguel Relvas à comissão para responder às muitas suspeitas que envolvem a venda do Banco Efisa, que recebeu capitais públicos", diz o deputado socialista.

Mas, além disso, o ex-ministro contou que actualmente não é accionista da Pivot, mas admite vir a sê-lo. Mais do que a admissão, o que levantou as dúvidas foi um pedido de parecer que chegou ao Banco de Portugal, para que o regulador aceite o ex-ministro como investidor da participada.

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários