Presidente diz que o seu papel sobre balcão da CGD de Almeida “está cumprido”

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o papel do Presidente é garantir que não há portas fechadas.

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Ainda haverá mais protestos em Almeida, garante autarca LUSA/MIGUEL PEREIRA DA SILVA

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu hoje que o seu papel enquanto Presidente da República na questão do balcão da Caixa Geral de Depósitos de Almeida (CGD) “está cumprido” porque há “portas abertas”, esperando que o diálogo “dê frutos”.

“Está a correr o diálogo, o que é bom. As duas partes querem o diálogo, o diálogo está a correr, eu espero que dê frutos e que decorra com serenidade democrática, isto é, sem perturbação, para poder ter esses frutos”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, à margem das Jornadas Árabes, em Lisboa, quando questionado sobre o encerramento do balcão da CGD em Almeida.

Para o chefe de Estado, "o papel do Presidente [da República] está cumprido”, uma vez que este era garantir que não havia portas fechadas. "Não há portas fechadas, há portas abertas. Vão continuar abertas e vai continuar o diálogo. Magnífico”, sublinhou.

Questionado sobre o resultado final deste processo entre o presidente da Câmara de Almeida e a CGD, Marcelo disse não ser “possível antever” aquilo que resultará do diálogo. “O diálogo está em curso. Vamos ver até onde vai”, respondeu apenas.

Segundo uma nota da Presidência da República enviada terça-feira à agência Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa recebeu o presidente da Câmara de Almeida, que lhe explicou o ponto de vista do município e a disponibilidade para o diálogo com a CGD, diálogo que o Presidente da República espera que dê frutos e decorra com serenidade democrática”.

Marcelo Rebelo de Sousa reuniu-se com o autarca António Baptista Ribeiro, na terça-feira, em Matosinhos, para falar sobre o encerramento do balcão da CGD na cidade de Almeida, no distrito da Guarda, mas nenhum dos dois prestou declarações aos jornalistas no final.

Esta reunião aconteceu uma semana depois de o chefe do Estado ter recebido os presidentes do conselho de administração e da comissão executiva da CGD, Rui Vilar e Paulo Macedo, respectivamente, no Palácio de Belém, para debater o fecho daquele balcão. Nesse encontro, segundo uma nota divulgada pela Presidência da República na altura, Marcelo Rebelo de Sousa foi informado pelos responsáveis da CGD “do acordo ajustado, no passado mês de Abril, entre aquela instituição e o Presidente da Câmara Municipal de Almeida”. O Presidente da República “tomou conhecimento destas informações” e adiantou que dali a uma semana seria a vez de receber o presidente da Câmara Municipal de Almeida, António Baptista Ribeiro.

O fecho da agência de Almeida faz parte do plano da CGD para encerrar 61 agências por todo o país e consta da reestruturação do banco público acordada com a Comissão Europeia, na sequência da recapitalização de cerca de 5000 milhões de euros. Com o fecho do balcão de Almeida, já efectuado, os habitantes têm de se deslocar a Vilar Formoso, que dista cerca de 15 quilómetros da sede de concelho, o que tem motivado protestos.

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