Paulo Macedo diz que a Caixa “não apresenta capital a mais”

Administrador da CGD diz que o banco público não precisa de ser recapitalizada só por causa das imparidades.

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Paulo Macedo foi ministro da Saúde no anterior Governo PSD/CDS LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi esta quarta-feira à tarde ao Parlamento defender que a recapitalização definida para o banco público não foi insuflada - uma ideia que tem sido sugerida pelo PSD. Aos deputados, Paulo Macedo disse que “a Caixa não apresenta capital a mais”.

Em causa estava uma pergunta do PSD sobre a recapitalização levada a cabo pelo actual Governo e sobre a reavaliação das imparidades do banco público. Paulo Macedo começou por explicar que houve uma reavaliação dos “activos” determinada por uma “alteração dos critérios que resulta da capitalização”. Ou seja, essa reavaliação foi necessária para que a recapitalização “não fosse considerada ajuda de Estado”.

Além disso, acrescentou Macedo, seria sempre necessária uma recapitalização da Caixa Geral de Depósitos, mesmo que não houvesse imparidades. Seriam necessários “1400 milhões só pelas exigências regulatórias” do Banco Central Europeu, explicou, alertando ainda que, em 2018, haverá novas imposições do regulador, com a passagem a obrigatórias de exigências de capital que agora são facultativas.

“Precisamos de ter capital face a isto”, concluiu. “A Caixa tem neste momento um rácio à volta de 12%”, disse, perante os riscos que se apresentam e as necessidades regulatórias, “não apresenta capital a mais, porque tem vários factores de risco que têm impacto neste banco como nos outros”, disse.

Além disto, o presidente da CGD defendeu que o banco público precisa de reduzir custos, de compatibilizar a “estrutura de custos [com o] que os clientes estão disponíveis para pagar. Os clientes não estão disponíveis para pagar três ou quatro vezes mais comissões do que pagam hoje”, defendeu.

Rescisões começam este mês

O presidente da CGD informou ainda que o programa de rescisões com funcionários do banco começa este mês. Paulo Macedo acredita que há condições para que as saídas sejam feitas sobretudo por reformas antecipadas, uma vez que grande parte dos funcionários da CGD descontou para a Caixa Geral de Aposentações e pode ter direito a uma grande parte do salário. Além desta possibilidade, Macedo diz que “as pessoas têm as condições para não serem maltratadas”, uma vez que a instituição privilegia “a questão do mútuo acordo”.

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