Passos pede desculpa aos portugueses

Sete horas depois de ter falado em pessoas que "se suicidaram em desespero", líder do PSD pede desculpa por ter veiculado informações erradas.

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LUSA/PAULO NOVAIS

À chegada a Odivelas, onde ia assistir à apresentação da candidatura autárquica de Fernando Seara, Pedro Passos Coelho pediu desculpa aos portugueses por ter usado um dado que não estava confirmado. Passos referia-se às suas declarações desta manhã, segundo as quais haveria "vítimas indirectas" do incêndio de Pdrógão Grande, casos "de pessoas que puseram termo à vida, que em desespero se suicidaram, e que não receberam, a tempo, o apoio psicológico que devia ter existido”.

"Não tenho nenhuma dificuldade em pedir desculpa", começou por dizer Pedro Passos Coelho, lembrando que, logo na altura, um deputado do seu partido que acompanhava a visita aos bombeiros de Castanheira de Pera assumiu que a informação não estava confirmada. "A responsabilidade por tê-la usado cabe-me apenas a mim", assumiu o social-democrata.

As polémicas declarações de Passos Coelho foram ao final de manhã e à hora do almoço o líder do PSD já estava a ser desmentido por Valdemar Alves, presidente da Câmara de Pedrógão Grande. “Corram com os boateiros, porque efectivamente, graças a Deus, não há confirmação nenhuma de suicídios. O que há, sim, é boatos", disse o autarca à RTP. O presidente da Administração Regional de Saúde do Centro, José Tereso, repetiu mais tarde que não havia "nenhum caso de suicídio com ligação" directa ao incêndio que começou em Pedrógão Grande.

Só a meio da tarde se desfez o equívoco. Afinal, foi o provedor da Santa Casa da Misericórdia quem disse ao líder do PSD que teria havido suicídios em Pedrógão Grande. "Tenho de pedir desculpa porque julguei que a informação era fidedigna e, afinal, não era", disse ao PÚBLICO João Marques. "Felizmente não se confirma nenhum suicídio, ao contrário do que eu disse ao dr. Passos Coelho. Peço-lhe desculpas públicas por isso", tinha já antes tido ao Expresso.

Em Odivelas, Passos acrescentou: "Espero que isso não faça esquecer o essencial da observação que eu fiz. Temos a confirmação clara de que o Estado falhou. Era importante que houvesse um mecanismo rápido de reparação" de danos junto das famílias.

"Não há arma de arremesso nenhum", disse ainda o líder do PSD aos jornalistas que o questionaram sobre se entende ter usado um argumento válido.

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