Passos justifica sanções com desconfiança europeia das opções políticas do Governo

O líder social-democrata marcou presença este domingo no Chão da Lagoa. Passos subiu ao palco da festa anual do PSD-Madeira para responsabilizar o Governo pelas sanções que possam ser aplicadas ao país, e dar a Madeira como exemplo de que se pode ter crescimento económico mantendo o rumo.

Passos Coelho percorreu cada uma das 57 barracas do recinto
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Passos Coelho percorreu cada uma das 57 barracas do recinto Gregório Cunha
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O líder madeirense, Miguel Albuquerque, acompanhou sempre Passos Coelho Gregório Cunha

Pedro Passos Coelho responsabilizou este domingo as opções tomados pelo Governo por eventuais sanções que a Comissão Europeia aplique ao país. Falando na festa anual do PSD-Madeira, no Chão da Lagoa, o líder social-democrata argumentou que a questão das sanções a Portugal só se levantou porque existem muitos governos na Europa que “duvidam” do caminho que o país está a seguir.

“Não é por causa do que fizemos [os sacrifícios] no passado que se fala em sanções. É porque muitos governos na Europa têm dúvidas sobre aquilo que se está a passar em Portugal”, defendeu Passos Coelho, dizendo que a União Europeia olha para o país e vê reformas importantes a serem revertidas, e a economia a andar para trás, em vez de ir para a frente.

E perante tudo isto, perguntou, o que faz o Governo? “Em vez de fazer o que era preciso, ameaça que vai pôr a Comissão Europeia em tribunal”, disse, acusando o executivo de António Costa de andar sempre à procura de um bode expiatório para as consequências das opções que tomou.

Perante cerca de 15 mil apoiantes madeirenses, nas contas da organização, Passos Coelho focou a intervenção em Lisboa, lembrando os “sacrifícios” e o “esforço” dos portugueses para ultrapassar as dificuldades. “Não há direito de atirar pela janela fora o sacrifício que fizemos, a confiança que conquistámos, a esperança que abríamos para o futuro, só porque o Partido Socialista está a ser colonizado pelo Bloco de Esquerda e a fazer o jeito aos comunistas”, afirmou, concluindo a intervenção garantindo que o PSD não vai capitular. “Defenderemos Portugal até ao fim, e mesmo estando na oposição, trataremos de reconquistar e voltar a pôr Portugal no caminho que é preciso”, prometeu, apontando a Madeira como um exemplo de que se pode ter crescimento económico sem mudar o rumo das políticas.

Antes, o líder local e presidente do governo madeirense, Miguel Albuquerque, lembrou que o pedido de ajuda internacional foi feito durante um governo socialista, dizendo que foi Passos Coelho que “salvou” Portugal da “bancarrota”. Um homem “determinado” e “teimoso, no bom sentido”, que enquanto foi primeiro-ministro ajudou a resolver alguns dossiers que estavam pendentes para a Madeira.

Agora, Albuquerque espera a mesma solidariedade do actual Governo e dos partidos, que na região agem como sendo de “protesto” mas que têm responsabilidades governativas em Lisboa.

Ambos, velhos conhecidos do tempo em que Passos Coelho liderava a JSD e Albuquerque presidia à ‘jota’ madeirense, começaram o dia no Chão da Lagoa percorrendo cada uma das 57 barracas do recinto, representativas das 54 freguesias regionais e dos órgãos do partido.

Era dia de aniversário do líder social-democrata, que foi sendo, barraca após barraca, felicitado. Cantaram-se os parabéns. Houve bolo e velas. Algumas prendas. Palavras de circunstância e muitas fotografias.

Passos, que há menos de dois anos era ‘persona non grata’ pelo PSD de Alberto João Jardim, foi bem recebido na festa. Já Jardim faltou pela primeira vez ao Chão da Lagoa. No ano passado, já afastado da liderança, apareceu depois das intervenções políticas, para não se cruzar com os líderes nacionais e regionais do partido. Este ano, nem isso.

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