Passos defende que estabilidade é “obrigação moral” da esquerda

O ex-primeiro-ministro criticou a suspensão das obras do IC35 ao visitar Penafiel.

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Fernando Veludo/NFACTOS

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse, este domingo, em Penafiel, que a esquerda tem de aprovar o Orçamento do Estado para 2017. “Existe uma obrigação moral. Os partidos que suportam este Governo comprometeram-se a conferir estabilidade política ao país”, afirmou o ex-primeiro ministro, acrescentando que é ao PCP, BE e PS “que cabe a responsabilidade de ter o entendimento que suporte o Governo e o seu principal instrumento de acção política que é o seu Orçamento”.

Para o líder do maior partido da oposição, “a política que o Governo vem executando é uma política como o PCP e o BE têm vindo a reclamar”. Portanto, concluiu Passos, “não há nenhuma razão para estar a antecipar problemas com o Orçamento”.

Questionado sobre o facto de o PCP admitir que a Europa pode influenciar a preparação do OE2017, Passos respondeu: “Isso é o que o Partido Comunista diz agora, porque pretende ganhar algum espaço de influência e negociação junto do PS e do Governo”. E previu que “o PCP, o BE e o PS entender-se-ão bem para fazer o Orçamento para o próximo ano”.

Em relação à execução orçamental de 2016, Passos Coelho defendeu que os indicadores conhecidos mostram que é cada vez mais curto o espaço de cumprimento: “A cada mês que passa, as contas vão ficando menos boas e com a experiência que tenho de Governo, sabendo o que sei da execução de orçamentos e conhecendo as opções que já foram tomadas e que se reflectirão nos próximos meses, vejo que haverá mais dificuldade em que o resultado que foi anunciado possa ser atingido.” Mas considerou que “o Governo ainda tem tempo para poder corrigir esse trajecto”.

Comentando a execução de obras públicas, o líder do PSD acusou o Governo de "quebrar” o que estava assumido em relação a obras como o IC35, que foi lançado pelo seu Governo. “O que eu espero é que isso [redução do défice] não se faça à custa de quebras de palavras em investimentos que eram importantes, como era, por exemplo, aqui para toda esta região, o IC35”, afirmou.

Criticando o executivo socialista de António Costa por estar a privilegiar as despesas correntes em prejuízo das despesas públicas de investimento, o líder do PSD prosseguiu: “Há muitos projectos que até um Governo que tinha dificuldades financeiras grandes, como nós tivemos no passado, conseguiu pôr de lado o suficiente para que essas obras pudessem avançar e agora estão todas na prateleira.”

 

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