Passos Coelho espera que Macron vença porque é pró-europeista

Na abertura do seminário internacional “Futuro da Europa”, realizado no Palácio da Bolsa, no Porto, o líder do PSD disse que Le Pen é a candidata da desintegração.

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Pedro Passos Coelho assume favoritismo nas eleições francesas LUSA/FERNANDO VELUDO

Ao início da tarde, quando ainda nem Nuno Morais Sarmento nem Pedro Rodrigues falavam perante o auditório estudantil na Faculdade de Direito de Lisboa, Pedro Passos Coelho assumia, no Porto, que o seu candidato preferido nas eleições francesas é Emmanuel Macron. As razões são fáceis de enunciar: é “pró-europeísta, moderado, centrista e essencial” para construir uma União Europeia de futuro, ao contrário da adversária Marine Le Pen.

“Espero que Macron ganhe as eleições em França porque, do outro lado, temos Marine Le Pen que é a candidata da desintegração”, disse Passos Coelho no Palácio da Bolsa, ao lado do deputado Duarte Marques e do eurodeputado Paulo Rangel, que organiza o Seminário Internacional “Futuro da Europa”.

Mesmo convencido que será o candidato centrista a vencer a crrida ao Eliseu, o líder dos sociais-democratas afirmou não poder ignorar que na primeira volta metade dos eleitores que foram às urnas votaram contra a ideia de União Europeia, do euro e da prosperidade que o projecto europeu partilha.

Partindo do princípio que Emmanuel Macron ganha, Passos Coelho questionou como é que ele vai conseguir governar a França num momento em que os partidos dão sinais de grandes divisões, enquanto a Frente Nacional está bem organizada e com um forte apoio que não tinha há 10 ou 20 anos.

“Que reformas estruturais poderá implementar Macron se o parlamento for composto por eurocépticos, populistas e radicais que só querem esperar mais uns anos para explicar às pessoas que os moderados não conseguem apresentar resultados positivos e um futuro próspero”, alertou. O líder do PSD sublinhou ainda que não é só a França que vive “riscos políticos”. eles estão presentes noutros países europeus e também em “grande escala”.

Numa conferência de dois dias (ontem e hoje) dedicada a temas europeus, Passos Coelho deixou de fora os temas nacionais em que tem insistido nos últimos dias. A investida mais recente do social-democrata esteve relacionada com a taxa de desemprego. Confrontado com um valor abaixo dos 10%, o líder do PSD quis desmontar a tese socialista de que o emprego e o desemprego apenas estão com melhores indicadores desde que o Governo tomou posse. Assim, explicou que cerca de 70% do emprego criado em Portugal nos últimos dois anos foi gerado até 2015. E foi entre 2014 e 2015, que o desemprego mais caiu: quase 75%. 

Esta terá sido uma resposta também a Marcelo Rebelo de Sousa que se mostrou muito optimista com os números, dizendo que parecem confirmar “crescimento económico e, portanto, a criação de emprego”.

 

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