Partidos portugueses contra "punições" ao Reino Unido

António Costa ouviu neste domingo os partidos políticos e todos defendem uma posição "construtiva" nas negociações com o Reino Unido.

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Verdes defendem que não se pode "chutar" o Reino Unido da UE Miguel Manso

Desta vez os partidos estão unidos: não a uma punição ao Reino Unido por querer sair da União Europeia. António Costa esteve neste domingo a ouvir os vários partidos com assento parlamentar e perante a inevitabilidade de uma saída, nenhum quer que seja um divórcio doloroso.

António Costa levará ao Conselho Europeu de dia 28 e 29 uma posição mais ou menos coesa dos partidos sobre como deve ser gerido o processo de saída do Reino Unido da União Europeia. 

Passos Coelho defende que não tem "de haver aqui uma pressa extraordinária" para que o Reino Unido saia da União Europeia, e que as negociações não podem significar que "passaremos a estar de costas voltadas uns para os outros". É preciso, insistiu, "conservar o Reino Unido tão próximo quanto possível". E, respeitando o que será a vontade do próximo governo do Reino Unido, a União Europeia não pode ter "uma vontade punitiva, de quem agora reage fazendo uma birra, dizendo: 'Os senhores não quiseram ficar na UE por isso agora vão perceber as consequências de quererem ficar de fora'". "Parece-nos uma atitude errada e contraproducente."

À direita, mesmo assim, houve pequenas alterações. É que o CDS quer uma solução “tanto quanto possível célere, de forma a que não se prolongue o tempo negocial”. Os centristas, que foram os primeiros a falar, acreditam que agora é preciso “repensar” a Europa, mas nunca a permanência na União Europeia: “Estamos convictos que neste momento importa fazer uma reflexão profunda para termos uma UE mais próxima dos cidadãos”. E essa reflexão começa com o “Brexit”, defendeu Assunção Cristas.

Além de uma solução célere, a centrista afasta-se daqueles que reagiram querendo punir o Reino Unido. “As linhas mais duras que queiram ter uma abordagem punitiva para com o Reino Unido não são de todo adequadas e não são as que interessam ao interesse de Portugal e aos portugueses”, disse, lembrando que os dois países têm “a mais antiga aliança política” e que também por isso, o Governo tem de acautelar os interesses políticos e económicos que advêm das relações bilaterais. 

Sobre a questão do “Brexit”, Heloísa Apolónia, do PEV, diz que tem de ser respeitada a posição do país: "Mas não concordamos com estas chantagens que têm sido feitas para o Reino Unido sair para amanhã. Agora a União Europeia não pode puro e simplesmente chutar o Reino Unido”.

Também o PAN vai no mesmo sentido. O deputado André Silva defendeu que é preciso levar a cabo as negociações com o Reino Unido "sem hostilizar e sem encontrar aqui bodes expiatórios", porque é "importante que o Reino Unido esteja mais próximo do nosso mercado" do que outros como o norte-americano ou o chinês.

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