Parlamento aprova votos de condenação de todas as bancadas contra Dijsselbloem

Pedidos de demissão do presidente do Eurogrupo mereceram unanimidade em plenário.

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LUSA/STEPHANIE LECOCQ

Os votos de condenação às declarações de Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, apresentados por PS, PSD, PCP BE e CDS foram aprovados nesta sexta-feira, por unanimidade. De uma forma geral, todas as bancadas reiteraram o seu repúdio às afirmações do ministro holandês das Finanças que considerou que os países do Sul gastam todo o dinheiro em álcool e mulheres e depois pedem ajuda financeira.

No debate, momentos antes da votação, um dos pontos dissonantes foi visível quando o deputado do CDS Pedro Mota Soares referiu que Dijsselbloem é “ministro socialista”. Mas já antes Ana Catarina Mendes tinha desvalorizado essa questão: “Não interessa se as declarações forem proferidas por um membro da nossa família política. Elas são insultuosas e devem retirá-lo da presidência”.

A bloquista Isabel Pires também aproveitou para discordar do voto do CDS ao acentuar a família política do ministro e lembrou que Nuno Melo, vice-presidente do partido, considerou as declarações “legítimas”. Isabel Pires considerou que as declarações são “machistas e xenófobas e preconceituosas”. Para José Luís Ferreira, de Os verdes, foram “infelizes e inaceitáveis”.

 Numa posição que destoou da esquerda parlamentar, João Oliveira, líder da bancada comunista, sublinhou que as declarações do presidente do Eurogrupo não podem ser “desligadas de outros mecanismos de chantagem” da União Europeia, nomeadamente de afirmações proferidas pelo ministro alemão das Finanças ou a tomada de posição por parte do Banco Central Europeu sobre penalizações a países incumpridores das metas.

Pelo PSD, Miguel Morgado disse não aceitar que “possam amesquinhar os sacrifícios feitos nos últimos anos e até agora pelos portugueses”.

Foi consensual a condenação das palavras de Dijsselbloem e o pedido de demissão do cargo que mantém. 

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