O “país rosa" de Costa e o "país real" sentido pelos portugueses, segundo Cristas

Horas antes de se conhecer as demissões no Hospital Amadora-Sintra, a líder do CDS questionara o primeiro-ministro sobre o corte de 35% nas despesas da saúde e este dissera que "está tudo bem".

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Rui Gaudencio

A demissão da direcção clínica e dos directores de serviço do Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), por alegadamente entenderem que não conseguirão manter aquela unidade hospitalar a funcionar com um mínimo de condições devido ao corte de 35% nas despesas com contratações determinado pelo Governo, é a prova de que o país “real” é muito diferente do “país cor-de-rosa inventado pelo primeiro-ministro”, defendeu esta sexta-feira a líder do CDS-PP.

No Parlamento, Assunção Cristas fez questão de falar aos jornalistas sobre a interpelação que fizera na quinta-feira a António Costa durante o debate quinzenal sobre o corte de 35% nas despesas de contratação externa no sector da saúde. Na altura, recordou, o primeiro-ministro disse que “está tudo bem na saúde” e que essa redução na contratação de pessoal externo seria compensada com a passagem ao quadro de muitos médicos e enfermeiros que actualmente trabalham com vínculos precários.

Com poucas horas de diferença, soube-se que a direcção clínica e os directores de serviço do Amadora-Sintra tinham decidido demitir-se na quarta-feira em protesto contra as dificuldades financeiras e a falta crónica de pessoal naquela unidade. Na quinta-feira ao final do dia, a administração e o porta-voz do hospital desconheciam a situação.

“Há um país cor-de-rosa inventado pelo primeiro-ministro e um país real sentido todos os dias por utentes, doentes, profissionais da saúde”, criticou Assunção Cristas sobre a “disparidade” entre o discurso do Governo no Parlamento e o que se passa no quotidiano dos hospitais. Que acrescentou: "Hoje o ministro garantiu que terá mais dinheiro no seu orçamento. Seguramente terá de o ter bem aplicado para garantir que a qualidade existe e que as queixas que nós ouvimos diariamente, e que vemos no terreno, não continuam."

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