No calor da arruada

Éa "prova de algodão" dos candidatos, sem rede, estrado ou guião.

No léxico das campanhas são conhecidas como acções de rua ou contacto com a população. É quando os políticos saem do seu conforto.

Fazem-no com rede, entre fileiras de apoiantes. Mais à vontade em território amigo. Com desconfiança em zonas incómodas. Amizade e comodismo eleitoral, entenda-se.

Para as televisões, a “prova de algodão” dos candidatos propícia a reportagem que suscita a diferença. Há uma coincidência de interesses entre os média e a apresentação sem estrado ou intervenções de guião dos líderes.

“O senhor é uma brasa”, disse uma mulher a Passos. Este agradeceu e, perante a insistência da interlocutora, admitiu que poderia corar. Foi no Montijo e as câmaras dos canais passaram o momento.

Na Escola Prática de Polícia de Torres Novas, os jornalistas que acompanhavam Marinho e Pinto ficaram confinados numa sala sem seguir a visita do líder do Partido Democrático Republicano. “Eles já não gostam de mim”, disse o candidato referindo-se aos jornalistas intercedendo junto dos comandos policiais, com sucesso, para que os média não ficassem ao sol e à porta. Como reportou a 25ª Hora da TVI 24 de quarta-feira.

Em Braga, numa feira, à caravana do Livre/Tempo de Avançar foi perguntado se ofereciam sacos. “Oferecemos ideias”, respondeu Rui Tavares. O Jornal da Meia Noite da SIC Notícias de terça registou o episódio. É assim, no calor das arruadas.

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