"Não vale tudo para ganhar"

Está tudo em aberto em Oeiras, mas há uma "ligação muito forte do PSD com a candidatura independente" de Paulo Vistas, reconhece Carlos Carreiras.

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daniel rocha

Oeiras, Loures e Odivelas são três municípos que estão em aberto.
São 15 ao todo.

Estes são três importantes. Em relação a Oeiras, na última entrevista que deu à Renascença reconheceu que houve contactos com o anterior presidente Isaltino Morais.
Não, fiz ao contrário, não reconheci. Disse que ao nível [da direcção] nacional não houve.

Disse que [Isaltino] tinha sido sondado...
Mas a nível local. Lá está, os nossos estatutos obrigam e responsabilizam as estruturas locais, admito que [a esse nível] possa ter havido. Mas a nível da direcção nacional não houve.

O que queria perguntar-lhe era se essa hipótese está completamente afastada.
Totalmente. Totalmente afastada, que é para não haver outras interpretações.

Então qual é a dúvida, neste momento, em Oeiras? É entre Paulo Vistas e Ângelo Pereira [líder da concelhia]?
Continuamos a focar-nos naquilo que eu referi, ou seja, em aprofundar os projectos e as equipas. O PSD local ainda não formulou nenhuma proposta a nível distrital para ser analisada pela direcção nacional. Pediram-nos mais algum tempo e aguardamos.

Tendo em conta que um dos possíveis candidatos é presidente da câmara, isso significa que não estão contentes com o trabalho dele?
Não, até tem havido uma ligação muito forte do PSD com a candidatura independente que está a liderar a câmara de Oeiras e isso tem vindo a ser bastante robusto. Estamos na fase da nossa decisão e temos de aguardar. 

A ameaça de que Isaltino possa avançar é um dos problemas que está a ser ponderado?
Não vejo nem que seja uma ameaça nem que seja um problema. Faz parte das regras normais de democracia e caberá aos eleitores fazerem a sua avaliação. 

O PSD preferia que Isaltino Morais não avançasse?
Nós não preferimos nada. Temos candidatos adversários em todas as câmaras.

Neste momento o PSD está  à espera de Isaltino e Isaltino está à espera do PSD?
Não vejo que esse seja o factor determinante. De tudo aquilo que chega de informação, até dito pelo próprio e pelos que lhe estão próximos, é de que vai avançar. Portanto, esse não é factor que nos esteja a condicionar na opção que vamos tomar em relação à candidatura em Oeiras.

Há pouco disse que o candidato que está em funções tem vitória mais espectável...
Disse que estatisticamente, nestes 40 anos de poder local, o presidente de câmara que se recandidata tem sempre mais vantagem em relação a quem se apresenta pela primeira vez

Seguindo esse raciocínio, não diria que Paulo Vistas é o candidato apetecível para o PSD apoiar?
Não sei o que é apetecível em política...

Tem mais hipóteses de ganhar...
Sim, mas mais hipóteses de ganhar para quê? Com um projecto em que o PSD não se revê?

Mas essa é que é a pergunta: não se tem revisto até aqui?
Não, não, o que eu digo é que é isso que tem de se analisar. Tem de se encontrar essa convergência. Dou-lhe o exemplo de Sintra: é uma situação muito parecida em que já foi possível chegar e anunciar esse apoio a Marco Almeida.

Não vale tudo para ganhar? 
Não. Não vale tudo para ganhar. Certamente que não vale.

Em Loures, o PSD acabou por entrar na vereação com a CDU. Como é que agora vai fazer campanha contra um presidente a quem deu apoio?
Teria de fazer essa pergunta a muitos outros vereadores quer do PS quer do PCP que aceitaram pelouros em câmaras lideradas pelo PSD. No movimento autárquico, não vejo que isso traga uma grande dificuldade. Os projectos são claramente distintos. 

Depois da geringonça, essas alianças PSD/CDU não vão ser proibidas?
Claramente não irá haver coligações pré-eleitorais com o PS, com o PCP ou com o BE, que são a base desta solução do Governo. No pós-eleitoral, analisaremos a seguir. A minha responsabilidade está no pré-eleitoral, está agora a extinguir-se com a escolha das várias candidaturas. Mas isso será analisado na altura. Posso dar a minha opinião: é que não será recomendável, não é coerente, não tem lógica.

 

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