Nada de actividades extras

Substantivo feminino que, quando antecedido pela preposição “de”, significa: “Que não permite o exercício de outra actividade.” Simples e claro. Mas isso é porque o dicionário nunca terá ouvido falar da Tecnoforma nem de Pedro Passos Coelho. Ou então esqueceu-se.

A frase escolhida para clarificar o sentido de “exclusividade” foi: “Trabalha na universidade em regime de exclusividade.” Ou seja, não pode exercer outra actividade. Qual é a dúvida?

No caso que a imprensa foi explorando por estes dias, a dúvida seria esclarecida com uma resposta à pergunta: “Recebeu Pedro Passos Coelho algum vencimento pelo seu cargo de presidente do Centro Português Para a Cooperação (CPPC), ligada à empresa Tecnoforma, entre 1997 e 1999?”

O então deputado e agora primeiro-ministro, em resposta, mas não respondendo, anunciou que pediria ajuda à Procuradoria-Geral da República: “Que faça as averiguações especificamente sobre esta matéria que devam ser realizadas, de modo a esclarecer se há ou não algum ilícito, independentemente de entretanto ter prescrito.”

O ilícito traduz-se por fuga ao fisco, a que se juntará o incumprimento da tal “exclusividade”, que Albino Azevedo Soares, secretário-geral da Assembleia da República, diz que não tinha, mas que Passos Coelho invocou para efeitos de subsídio de reintegração.

Como adjectivo, “exclusivo” quer dizer “que exclui ou elimina qualquer partilha ou participação de outrem”. Frase exemplificativa: “Goza de privilégios exclusivos porque é membro honorário.” Claro.

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