Montenegro acusa Costa de ser mais responsável pela "chegada do lixo do que pela sua limpeza"

O ex-líder parlamentar do PSD participou numa acção de campanha de Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga e novamente candidato da coligação Juntos por Braga, que integra o PSD, o CDS e o PPM.

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Montenegro e Passos foram oradores numa acção de campanha de Ricardo Rio LUSA/MIGUEL A. LOPES

O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, lamentou esta quarta-feira que o actual Governo não tenha reconhecido o papel do anterior na subida do rating, considerando que o primeiro-ministro, António Costa, é "mais responsável pela chegada do lixo" do que pela sua "limpeza".

Participando com o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, num almoço de apoio ao presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, que se recandidata com o apoio do PSD, do CDS e do PPM, Luís Montenegro disse não ter dificuldade em reconhecer que o atual Governo socialista "tem um contributo" na subida do rating da dívida portuguesa pela agência de notação Standard & Poor's na sexta-feira, mas lamentou que o contrário não tenha acontecido.

"Eu só encontro nesse posicionamento sinal de fraqueza: ao querer vangloriar-se tanto dessa saída, o doutor António Costa o que quer é esquecer-se que foi muito mais responsável pela chegada do lixo a Portugal do que pela limpeza do lixo", acusou, classificando o primeiro-ministro como "apoiante número um" do Governo liderado por José Sócrates.

Montenegro vaticinou uma nova vitória de Ricardo Rio em Braga nas autárquicas de 1 de Outubro e pediu-lhe para "aguardar por 2019 para voltar a ter um primeiro-ministro chamado Pedro Passos Coelho, que não está condenado, nem ele, nem o PSD, só a governar Portugal para limpar o lixo que os socialistas fazem". E afirmou: "Temos mesmo o direito de governar Portugal em temos de normalidade. Se governarmos Portugal em tempos de normalidade somos capazes de fazer muito mais e muito melhor que o Governo actual."

O deputado social-democrata eleito pelo distrito de Aveiro acusou o Governo socialista de ter "duas caras" e apontou vários exemplos, entre os quais o apelo ao PSD para consensos nas obras públicas, para depois chumbar as resoluções do partido no Parlamento sobre essa matéria.

Também presente na sessão de campanha de Ricardo Rio, Pedro Passos Coelho, presidente do PSD, se referiu a esse chumbo e estendeu-o à reprovação das principais propostas legislativas dos sociais-democratas em matéria de supervisão financeira.

"Apesar de estarem sempre a dizer que o PSD não tem projetos, sempre que o PSD apresenta propostas importantes elas são liminarmente chumbadas", lamentou Passos Coelho, dizendo que o mesmo aconteceu com as iniciativas do partido no âmbito do Programa Nacional de Reformas.

Para o líder do PSD, o PS "não pode estar a alterar traves mestras do Estado", como classificou a supervisão financeira, sem o apoio do maior partido da oposição e depois pedir consensos aos sociais-democratas.

 

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