Menezes, Pizarro e Cardoso ainda não saldaram contas da campanha das autárquicas

Director financeiro da candidatura do ex-presidente da Câmara de Gaia desconhece que haja credores. Candidato do PS assume que ainda lhe falta pagar entre 25 a 30 mil euros.

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Menezes ainda paga a campanha eleitoral no Porto Nelson Garrido

O social-democrata Luis Filipe Menezes e o socialista Manuel Pizarro, ambos candidatos à Câmara do Porto nas eleições autárquicas de 2013, ainda não saldaram as suas contas da campanha. O independente Nuno Cardoso, que protagonizou a candidatura “Porto com Futuro”, tem também as contas no vermelho, mas espera saldá-las até ao final deste mês.

Luís Filipe Menezes, que ao fim de quatro mandatos consecutivos em Gaia, arriscou uma candidatura ao Porto - que perdeu para o independente Rui Moreira -, ainda não regularizou os seus encargos autárquicos. Ao que o PÚBLICO apurou, Menezes tem ainda por pagar os serviços desempenhados por uma empresa de consultoria. Ao contrário de outras candidaturas, que contrataram apenas uma única agência de comunicação, o ex-autarca de Gaia recrutou várias empresas para trabalhar para a sua candidatura.

O director financeiro da candidatura de Menezes, Amorim Pereira, desconhece que haja pagamentos por fazer relativamente a fornecedores que trabalharam para a candidatura “Porto Forte”, mas salvaguarda, todavia, que algumas despesas podem ter corrido pelo lado do partido.

“O director financeiro é um cargo mais institucional do que operacional”, atira, frisando que os gastos da campanha autorizados por si foram acompanhados por uma entidade revisora de contas. Questionado sobre os créditos a pagar pelo candidato à câmara, o actual vereador do PSD diz: “Desconheço e a mim ninguém me contactou!”

Sobre as contas de Menezes, a revista Visão revelava na sua última edição que os números oficiais apresentados junto da Entidade das Contas e dos Financiamento Políticos (ECFP) do Tribunal Constitucional  apontam para um desvio de quase 100 mil euros em relação ao valor orçamentado (350 mil euros), mas fontes partidárias dizem que os valores não correspondem à realidade”.

A derrota de Luís Filipe Menezes apanhou de surpresa a própria candidatura, mas sobretudo os fornecedores da candidatura “Porto Forte”, que não tardaram a reclamar os seus créditos. Alguns exaltaram-se e um deles chegou mesmo a entrar na sede do PSD-Porto com uma faca.

O socialista Manuel Pizarro, que estimou receber uma subvenção estatal proveniente do Orçamento do Estado no valor de 199.717,28 euros, confirmou ontem ao PÚBLICO que os seus compromissos não estão ainda regularizados.

“A minha dívida é agora residual, situando-se entre os 25 a 30 mil euros”, afirmou o actual vereador do PS, confirmando que as previsões feitas pela sua candidatura foram um pouco superiores ao valor da subvenção estatal que acabaria por receber”.

“Fiz um orçamento a pensar numa receita do Estado, que corresponderia a 50 mil votos, mas, na realidade, esse valor ficou aquém e o que aconteceu foi que houve um desfasamento entre o financiamento esperado e aquele que tivemos direito”, resumiu Pizarro, dando conta que é sua intenção saldar as contas no mais curto espaço de tempo.

Também Nuno Cardoso, está ainda a pagar as suas contas, que rondaram os 60 mil euros. O antigo vereador do urbanismo, que viria a liderar a autarquia quando Fernando Gomes foi para o Governo para assumir a pasta da Administração Interna, não teve direito a nenhuma subvenção estatal por não ter sido eleito vereador, pelo que teve que suportar todas as despesas de campanha.

O PÙBLICO contactou ainda Pedro Carvalho (CDU) e José Soeiro (BE) para saber se as contas da campanha se encontram saldadas. Carvalho remeteu para o partido, Soeiro esteve indisponível até ao fecho desta edição.

A Entidade das Contas solicitou por estes dias aos partidos políticos e às empresas que participaram nas campanhas eleitorais das autárquicas que enviem os comprovativos dos gastos feitos pelas candidaturas, provando, assim, que as contas estão regularizadas. Trata-se de um procedimento normal daquela entidade que audita as contas dos partidos.

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