Mário Nogueira é, como Estaline, "o único interpretador" das suas ideias, diz JSD

O presidente dos jovens sociais-democratas acusa o sindicalista de achar que está "imune à crítica e à divergência de opinião".

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O líder da JSD defende a comparação feita em cartazes Goncalo Delgado / NFACTOS

Tudo começou com um cartaz da JSD que comparava o sindicalista da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, ao ditador soviético Joseph Estaline. O sindicalista anunciou que a Fenprof vai avançar com um processo jurídico contra a juventude partidária e agora recebeu a resposta. Os jovens insistem na comparação porque, dizem, tanto um como outro se julgam "os únicos interpretadores" correctos das suas ideias.

"Há em Portugal quem julgue estar imune à crítica e à divergência de opinião. É o caso de Mário Nogueira, para quem a liberdade de expressão só tem uma via: a sua. O anunciado processo contra a JSD vem daí: a palavra dos outros incomoda Mário Nogueira", escreve o presidente da JSD, Cristóvão Ribeiro, em comunicado.

A troca de acusações entre a JSD e o sindicalista vai no entanto mais longe. No mesmo comunicado, os jovens dizem o porquê da comparação entre Mário Nogueira e Estaline: "Da mesma forma que Estaline se achava o único interpretador correcto do comunismo, Mário Nogueira acha-se o único interpretador correcto da boa conduta na escola pública e dos bons exemplos educativos. Reforça, portanto, a ideia de que Mário Nogueira e outros figurões da extrema-esquerda só gostam da democracia quando esta lhes serve os interesses".

Os jovens da JSD dizem não ter medo de um processo do sindicalista "Pois que avance", escrevem  e recordam algumas vezes em que "Mário Nogueira utiliza meios menos próprios até para com órgãos de soberania". E dão vários exemplos.

O primeiro tem a ver com o que disse Mário Nogueira sobre a revisão dos contratos de associação quando este "sugeriu que a defesa dos contratos de associação tem 'motivações de ordem financeira' que passam por 'meter muito dinheiro dos contribuintes ao bolso'". Depois recordam um cartaz com Passos Coelho, Nuno Crato e Vítor Gaspar em que a Fenprof usava a palavra "roubo". 

A JSD lembra ainda que em 2014, quando no 10 de Junho Cavaco Silva se sentiu mal durante a cerimónia, Mário Nogueira gozou com o acontecimento: "Todos vimos Mário Nogueira vaiar e zombar enquanto o anterior Chefe de Estado desfalecia numa cerimónia militar do Dia de Portugal".

Neste bate-boca, os jovens fazem ainda menção à carreira do sindicalista: "Esse senhor, que diz ser professor, apesar de não leccionar há dezenas de anos, insinuou que os jovens do PSD chegam à política por inspiração ideológica “do tempo de Salazar”, terminam.

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