Marcelo preocupado com os "sinais de proteccionismo" nos EUA

Chefe de Estado considera que o fim do tratado entre a União Europeia e os Estados Unidos é um sinal de um "isolacionismo" que vai ter consequências noutras áreas. E mostrou-se apreensivo também com o futuro da UE.

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Marcelo, que esteve no Reino Unidom, está preocupado com a nova conjuntura internacional Reuters/DYLAN MARTINEZ

O Presidente português mostrou-se esta quarta-feira preocupado com os "sinais de algum isolacionismo económico, ou, pelo menos, de algum proteccionismo económico" dados pela futura administração dos Estados Unidos da América (EUA), que pode afectar o comércio global.

"É muito difícil ter posições muito claras relativamente à nova administração norte-americana. Os primeiros sinais são sinais de algum isolacionismo económico, ou, pelo menos, de algum proteccionismo económico", declarou o chefe de Estado na conferência Que Direcção para Portugal e a Europa?, numa fase inicial de um longo discurso — em que elogiou a estabilidade do país e os consensos tácitos em matéria financeira.

Segundo o Presidente da República, "a posição de princípio perante um tratado internacional [de comércio livre entre a União Europeia e os Estados Unidos] laboriosamente construído relativamente à área do Pacífico parece apontar para algum proteccionismo económico"."Isso terá consequências no comércio internacional, terá consequências na posição de outras economias dessa área e para além dessa área", advertiu.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que deseja que os Estados Unidos "continuem atentos ao mundo, empenhados na paz, no desenvolvimento, no comércio", e "compreendam a importância da União Europeia como um aliado fundamental, nalguns aspectos insubstituível".

"E que o seu relacionamento privilegiado com o Reino Unido não signifique menor atenção à União Europeia. Isso é o que podemos desejar", completou.

Sobre a União Europeia, o Presidente da República considerou que vem aí um ano "muito complexo", com referendos e eleições em "várias das economias fundadoras das comunidades europeias", que "não são irrelevantes". Marcelo Rebelo de Sousa mencionou os casos da Itália, dos Países Baixos, da França e da Alemanha. "E teremos depois esse desafio longo, duradouro e complexo que se chama negociações com o Reino Unido", assinalou, dias depois de ter regressado daquele país.

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