Manifestantes insultam deputados e são retirados do plenário

Presidente da AR lembra que "as pessoas que vêm às galerias vêm para assistir e não para participar".

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Manifestantes voltaram a entoar a "Grândola" Miguel Manso

Um grupo de manifestantes foi retirado ao final desta manhã das galerias da Assembleia da República depois de gritarem algumas vaias enquanto os deputados do CDS e do PSD falavam a propósito de petições sobre a extinção de freguesias.

Enquanto saíam os manifestantes entoaram o Grândola Vila Morena, gritaram alguns insultos aos deputados e os ânimos exaltaram-se. A questão dos convites para a assistências nas galerias vai ser debatida em conferência de líderes, decidiu a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, depois de um pedido nesse sentido feito pelo CDS.

Na galeria onde aconteceram os incidentes estavam convidados do PCP, confirmou o PÚBLICO junto do grupo parlamentar. "Nós não organizamos manifestações nas galerias", afirmou ao PÚBLICO Bernardino Soares, líder da bancada comunista, já após o final da sessão.

Depois de os manifestantes saírem, alguns deputados pediram a palavra. "É galeria dos convidados e por isso alguém os convidou a fazer o que fizeram", afirmou Luís Menezes, vice-presidente da bancada do PSD. Telmo Correia, da bancada do CDS, disse ser "normal que o protesto exista e é obrigação ouvir essa tolerância nas várias formas gritadas e até cantadas. Uma coisa é cidadãos que vêm aqui assistir e expressam a sua indignação outra coisa é se os partidos trazem claques para insultar os outros partidos". O deputado recebeu um forte aplauso da bancada da maioria, sobretudo do PSD.

"Claques que gritam insultos, claques teremos todos, não é aceitável. O que lhe peço é que essa matéria seja discutida e se assim for que não volte a ser repetida", acrescentou. Assunção Esteves concordou: "É isso que vai ser ponderado em conferência de líderes, não se pode dissolver a democracia, se não, não estamos na ordem democrática, estamos na revolução". 

O deputado do PSD José Manuel Canavarro pediu a palavra para perguntar se podia defender a honra da sua mãe. "As pessoas que o fazem [insultar] devem ser identificadas", defendeu. Bernardino Soares, líder da bancada comunista, partilhou a ideia de que a "questão deve ser discutida na conferência de líderes", e lembrou que "nunca questionou os convites feitos para a assistência [nas galerias]". Por último, André Figueiredo, deputado do PS que estava na última fila, lamentou que "as pessoas sejam "discriminadas por quem os convida".  O episódio terminou com um esclarecimento de Assunção Esteves: "As pessoas que vêm às galerias vêm assistir e não para participar". 
 
 

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