Líder do PS-Matosinhos já informou Costa de que quer ser candidato

Ernesto Páscoa diz que não vai desistir de reconquistar a câmara para o partido e assume-se como o socialista "mais bem preparado” para ir a votos.

Foto
Nas últimas autárquicas, António Parada (à esq.) era líder da concelhia e candidato do PS. Guilherme Pinto (à direita) foi reeleito como independente, sem o apoio do partido. Páscoa e Costa reuniram os camaradas desavindos numa acção de pré-campanha das legislativas em Julho de 2015 Paulo Pimenta

O líder concelhio do PS de Matosinhos, Ernesto Páscoa, quer ser o rosto da candidatura do partido à Câmara de Matosinhos, em 2017, e assume-se como o socialista “mais bem preparado” para disputar as eleições autárquicas no próximo ano. “Só não serei candidato, se a estrutura concelhia votar contra o meu nome”, afirma o também vereador na Câmara de Matosinhos.

Este professor de Economia e Gestão de Empresas do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, no Porto, revela, em declarações ao PÚBLICO, que já deu conta, “em conversas informais”, ao secretário-geral do PS da sua vontade de ir a votos,  e acredita que a distrital do partido viabilizará a sua candidatura. Se não o fizer avisa – “terá de explicar porquê”.

Neste momento, Ernesto Páscoa não é o único militante a mostrar disponibilidade para protagonizar uma candidatura a Matosinhos. O primeiro a fazê-lo foi Monteiro da Mota, presidente da mesa da concelhia, numa reunião da estrutura concelhia no ano passado. A deputada Luísa Salgueiro, que foi vereadora de Narciso Miranda, Manuel Seabra e de Guilherme Pinto, que actualmente lidera a câmara como independente, é outro nome apontado. Segundo o líder concelhio, António Parada, que perdeu para o PS as eleições, em 2013, também pondera candidatar-se.

“Dos três nomes que referi, eu sou o que melhor conhece, neste momento, e passe a imodéstia, a realidade de Matosinhos. Fui vereador de Narciso Miranda [com quem surgiram as primeiras clivagens internas no PS], fui convidado pelo Guilherme Pinto [eleito por um movimento independente, após ruptura com a concelhia] para a assembleia municipal”, descreve o autarca, ao mesmo tempo que aponta “anticorpos” àqueles que podem vir a posicionar-se para avançar para a câmara. “O meu objectivo é evitar que feridas antigas sejam reabertas e, ao longo deste período na liderança do PS de Matosinhos, verifico que sou agregador e que não tenho anticorpos”, diz. “Não sou nenhum Cristiano Ronaldo, mas a idade [65 anos] dá-me alguma sensatez”, refere, acrescentando: “Por razões diversas, as pessoas que se perfilam para avançar, como é o caso de Monteiro da Mota, Luísa Salgueiro e António Parada, têm, na opinião dos militantes de Matosinhos, muitos anticorpos”. A este propósito, revela que, no sábado, esteve "numa reunião da secção em Leça da Palmeira tentar acalmar algum nervosismo que anda sempre no ar”.

Exigindo respeito pelos estatutos do partido, Páscoa teme que o processo autárquico abra a porta às feridas antigas e, por isso avisa, que não perdoará “intromissões de pessoas fora da estrutura do PS. Indisponível para “apoiar interesses e estratégias pessoais”, o líder concelhio aponta prioridades, que passam por “evitar candidaturas da área do PS hostis à candidatura oficial do partido”. Mas garante que, se tiver a percepção de que a candidatura oficial não será vencedora, estará disposto a negociar. “Nas próximas eleições, seja o candidato que for, estou disposto a negociar para evitar candidaturas alternativas no seio do PS. Farei tudo para que o PS tenha uma candidatura única e não se reparta em apoios a outros candidatos da sua área”, declara.

Sugerir correcção
Comentar