Ouviram-se críticas à líder no Conselho Nacional do CDS

Filipe Lobo d' Ávila enunciou coisas "menos boas" de Cristas.

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Filipe Lobo d´Ávila tem sido o rosto da oposição interna no CDS Martin Henrik

Uma mensagem inconsistente, a ausência da líder na votação da gestação de substituição no Parlamento e o convite à ex-ministra Maria de Lurdes Rodrigues para uma iniciativa do partido foram alguns dos reparos lançados pelos críticos da líder do CDS-PP, Assunção Cristas, na reunião do Conselho Nacional, na quinta-feira à noite. Segundo relatos feitos ao PÚBLICO, uma das intervenções mais fortes, mas mesmo assim contida, foi a de Filipe Lobo d´Ávila, que encabeçou a lista alternativa à da direcção no congresso do partido.

Numa intervenção em que elogiou a direcção – por causa de alguns pacotes legislativos e da combatividade do grupo parlamentar – o antigo secretário de Estado da Administração Interna nomeou coisas “menos boas” na actuação da líder: A ausência de Assunção Cristas a 20 de Julho (encontrava-se na campanha dos Açores) quando se votou no Parlamento gestação de substituição e também a falta de comparência da líder ou de vice-presidentes da corrida de touros organizada pela Juventude Popular. Sem se referir caso Abel Baptista (que anunciou candidatura independente a Ponte de Lima), Filipe Lobo d’ Ávila disse não compreender que o partido fale em expulsões de militantes no dia em que foi apresentado o Orçamento do Estado. Segundo fontes centristas, Assunção Cristas respondeu que no caso de Ponte de Lima e de Oliveira do Bairro (onde um vereador do CDS anunciou um movimento independente) já existiam “guerrilhas montadas”. Lobo d’Ávila desafiou a líder a “tirar o sorriso a António Costa” nos próximos tempos.

Além de justificações pontuais dadas por Adolfo Mesquita Nunes e por Diogo Feio aos reparos feitos, coube a Telmo Correia, presidente do Conselho Nacional, fazer quase toda a despesa da defesa de Cristas, desvalorizando as críticas e elogiando a líder do CDS.

Outro elemento da lista alternativa à da direcção, o ex-deputado Raul Almeida, apontou a inexistência de uma mensagem clara, sustentando que as pessoas não sabem o que o partido pensa. Referiu-se também à ausência de deputados no terreno, em encerramento de escolas ou problemas na saúde. Essa foi também uma crítica deixada por um vice-presidente da JP, Francisco Mota, a propósito da forma como está a ser conduzido o processo autárquico em Braga.

A reunião do Conselho Nacional – para a qual a comunicação social não foi convocada - aconteceu no mesmo dia em que Assunção Cristas cantou o refrão da Grândola Via Morena, num directo para a manhã da Rádio Renascença, antes de uma entrevista naquela estação. Com ironia, Filipe Lobo d’Ávila começou a sua intervenção dizendo que não ia cantar a Grândola, porque não tinha jeito nem motivação.

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