Jerónimo evoca em Setúbal ação de Edgar na defesa dos "interesses do povo"

Líder comunista dedicou grande parque do discurso num jantar com pequenos empresários a criticar Marcelo Rebelo de Sousa.

Foto
Jerónimo de Sousa diz que o país vive "uma política de terra queimada" que é inaceitável Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou nesta quarta-feira, em Setúbal, que Edgar Silva é o candidato presidencial que sempre defendeu os interesses dos portugueses, ao mesmo tempo que fazia um ataque cerrado a Marcelo Rebelo de Sousa.

"Edgar Silva esteve e está há muito tempo nos combates decisivos para a defesa dos interesses vitais do povo", disse o líder comunista, que dedicou grande parque do discurso num jantar com pequenos empresários a criticar Marcelo Rebelo de Sousa, "o candidato apoiado pelo PSD e CDS" e o "preferido dos grandes grupos económicos e financeiros".

"É a altura de, claramente, mostrar, sem maquilhagens, sem camuflagens, o que realmente é e significa a candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa: a sua falsa independência, o seu falso distanciamento em relação ao projecto de exploração e empobrecimento protagonizado pelo PSD e CDS, a sua identificação com teses essenciais da política de direita e os seus objectivos", disse.

Jerónimo de Sousa recordou os 14 anos de comentário televisivo de Marcelo Rebelo de Sousa, em que, na opinião do líder comunista, o candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS "sempre se identificou com a política de direita, apesar de algumas críticas que fazia ao governo do PSD.

"Quando muitos dos PSD lhe apontavam o dedo porque criticava o PSD, ele respondeu desta forma notável: mesmo quando estou a criticar, mesmo quando não parece, estou a ajudar o PSD", disse o líder comunista, que também recordou que Marcelo Rebelo de Sousa foi Conselheiro de Estado indicado por Cavaco Silva, deputado e autarca do PSD.

"Se isto é uma pessoa independente, vou ali e já venho", disse Jerónimo de Sousa, dirigindo-se a pouco mais de uma centena de pequenos empresários no jantar de apoio à candidatura de Edgar Silva às presenciais.

O líder comunista disse ainda que, para o PSD e para o CDS-PP, a vitória de Marcelo nas presidenciais representaria uma desforra da derrota que sofreram nas últimas eleições legislativas, mas advertiu que, apesar da convicção do “candidato da direita” de que irá ganhar, "o povo ainda não votou".

A governação dos últimos anos do PSD e CDS-PP também não escapou às críticas do dirigente comunista, que responsabilizou o anterior executivo pela situação do Banif, que irá custar ao País mais de "três mil milhões de euros".

Jerónimo de Sousa lembrou, ainda, que os colapsos da banca portuguesa nos últimos sete anos, do BPN ao Banif, já custaram ao País cerca de "20 mil milhões de euros".

 

 

Sugerir correcção
Ler 1 comentários