Governo quer “candidatura excelente” à AEM para vencer “competição muito renhida

Secretária de Estado dos Assuntos Europeus lembra que há 20 ou 21 Estados-membros que estão interessados em receber a Agência.

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Margarida Marques é secretária de Estado dos Assuntos Europeus Enric Vives-Rubio

O Governo português está apostado em apresentar “uma candidatura excelente” para acolher a sede da Agência do Medicamento (AEM) e acredita na possibilidade de vencer “uma competição muito renhida”, afirmou ontem no Luxemburgo a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

Margarida Marques falava aos jornalistas após participar numa sessão de trabalho do Conselho de Assuntos Gerais, no formato a 27 (sem o Reino Unido), para debater o procedimento a adoptar e os critérios objectivos a serem tidos em conta para decidir a relocalização das duas agências actualmente sediadas no Reino Unido.

Essas instituições são a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês), à qual Portugal concorre, e a Autoridade Bancária Europeia (EBA).

Apontando que houve um “profundo debate e cabe agora aos chefes de Estado e de Governo”, na cimeira da próxima quinta e sexta-feira em Bruxelas, “estabelecerem as regras finais”, a secretária de Estado disse ter ficado com a sensação de que Portugal tem possibilidades reais de bater a concorrência, que admitiu ser numerosa e forte.

“Fiquei com essa sensação. É uma competição muito renhida, há 20 ou 21 Estados-membros que estão interessados em receber a Agência. Os critérios que estão em cima da mesa são critérios que nós podemos respeitar e temos vantagens competitivas relativamente a outros Estados-membros”, disse, acrescentando que isso se aplica a Lisboa e ao Porto.

Margarida Marques considerou que “Portugal tem várias vantagens”, incluindo uma “que é muitas vezes apresentada como uma desvantagem”, o facto de o país já ser sede de duas agências, pois, sustentou, “uma delas, o Observatório da Droga, é uma agência que trabalha em estreita colaboração com a Agência do Medicamento”.

“Estamos a construir uma candidatura que seja uma candidatura excelente, que se possa bater com as restantes candidaturas, e estamos a acompanhar em pormenor as candidaturas dos outros países estão a preparar”, concluiu.

Portugal é candidato a acolher a AEM, tendo no passado sábado o Governo anunciado a reabertura do processo de candidatura de forma a incluir também a cidade do Porto.

Os “critérios definitivos” para a relocalização das duas agências, que vão deixar Londres por causa da saída do Reino Unido da União Europeia, serão definidos no Conselho Europeu que vai decorrer na quinta e sexta-feira em Bruxelas, devendo as candidaturas ser oficialmente apresentadas até final de julho, e a decisão final do Conselho tomada em Outubro.

 

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