Governo e oposição elogiam discurso do Presidente no Dia de Portugal

Ministro dos Negócios Estrangeiros reiterou que, em 2018, o dia 10 de Junho vai ser assinalado junto da comunidade lusa residente nos Estados Unidos da América.

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Marco António Costa, vice-presidente do PSD, Assunção Cristas, líder do CDS, e Luís Montenegro, líder parlamentar do PSD

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse concordar com as declarações do Presidente da República, que este sábado defendeu, no Porto, que Portugal deve ser um país "independente" e "livre da sujeição".

"Concordo, como disse o Presidente da República, que temos de ser independentes, do ponto de vista da soberania, mas que também devemos ser independentes da pobreza, do excesso de dívida e independentes do excesso de submissão", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros aos jornalistas, no final da cerimónia militar comemorativa do Dia de Portugal, que decorreu na Avenida de Montevideu, junto à praia do Molhe, na Foz.

Na sua intervenção, o chefe de Estado disse que importa afirmar que se pretende no futuro um país "independente e livre. Independente do atraso, da ignorância, da pobreza, da injustiça, da dívida, da sujeição.  Livre da propotência, da demagogia, do pensamento único, da xenofobia e do racismo".

"Ser independente é termos a capacidade de decidir por nós, sobre os nossos problemas e ter a capacidade de pôr em prática os nossos projectos comuns, decididos democraticamente", acrescentou Santos Silva, que falava em nome do Governo, uma vez que o primeiro-ministro, António Costa, teve de se ausentar logo que terminou a sessão para viajar para o Brasil, onde ainda hoje prosseguem as comemorações do 10 de Junho.

O ministro aludiu ao poder de síntese do Presidente da República que – disse – proferiu "um discurso sintético que foi ao ponto essencial: a unidade nacional".

"Este é o Dia de Portugal, das Forças Armadas e das Comunidades. O Presidente da República pontuou bem estas três componentes essenciais que fazem a pátria portuguesa", afirmou Santos Silva, considerando ainda uma "excelente ideia" o modelo de comemoração do Dia de Portugal em dois países, porque "o Presidente da República é também o presidente das comunidades".

O ministro recordou que, no próximo ano, o dia 10 de Junho vai ser assinalado "junto da comunidade residente nos Estados Unidos da América".

O governante desvalorizou o facto de não ter havido convites às entidades brasileiras para as cerimónias do 10 de Junho que prosseguem este sábado em São Paulo, esclarecendo que este dia é "o dia das comunidades", pelo que a festa se faz "com as comunidades". No domingo, acrescentou, haverá um encontro oficial entre o Presidente da República português e o Presidente brasileiro, Michel Temer, para além de outros contactos oficiais com autoridades brasileiras.

Segundo o Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o discurso do chefe de Estado correspondeu à importância que o país dá a este dia, tanto os portugueses como as pessoas que representam o regime democrático. "É um discurso que faz o elogio ao passado, embora relativizando alguns dos erros, e sobretudo chama a atenção para o presente, para o futuro e para a necessidade de o país caminhar cada vez com mais esperança, mais vontade de vencer e muito trabalho”, afirmou Ferro Rodrigues.

Discurso de “unidade nacional”

Por seu lado, o líder do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro, elogiou o discurso do Presidente da República nas comemorações do 10 de Junho classificando-o como "inspirador e muito singelo". "Foi um discurso inspirador daquilo que é ser português, daquilo que é a vocação ecuménica e universalista de Portugal e, sobretudo, de confiança na nossa capacidade de superação", disse aos jornalistas o social-democrata no final da cerimónia.

Segundo Montenegro, tratou-se de um discurso de "inspiração e de mobilização" do país em torno daquilo que é a sua capacidade de ultrapassar as dificuldades que, ao longo da história, vai vivendo. "Falou num país mobilizado em torno da ideia de justiça social, solidariedade e criação de riqueza, porque são as condições para termos mais bem-estar e mais prosperidade", salientou o deputado.

Questionado sobre a responsabilidade dos partidos nesta matéria, o líder da bancada social-democrata declarou que cada partido tem a sua responsabilidade, quer esteja no Governo, quer esteja na oposição, dando o seu contributo para encontrar as melhores soluções para ultrapassar os problemas da sociedade.

Também a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, se referiu à intervenção de Marcelo como um discurso de "unidade nacional" no Dia de Portugal, lembrando os portugueses que estão no país e os que estão espalhados pelo mundo. "Foi um discurso de unidade nacional, lembrando o que é o nosso país, lembrando não só os portugueses que cá estão, mas todos os que estão pelo mundo", disse Assunção Cristas, em declarações aos jornalistas.

E porque o Dia de Portugal é também o dia das Comunidades Portuguesas, Assunção Cristas aludiu aos concidadãos que mais dificuldades têm passado, nomeadamente os portugueses que vivem na Venezuela. "Mas, hoje é [também] dia de celebração, de alegria, de ânimo e de esperança e creio que Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou isso mesmo", salientou.

Quanto à opção de descentralizar as comemorações, que deixaram de ser apenas em território português, a líder do CDS concorda e diz porquê. “Este modelo lembra a todos que Portugal não são só os dez ou 11 milhões, mas também todas as comunidades no mundo que gostam de sentir a proximidade da Pátria".

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